Os trabalhadores rodoviários do Amapá iniciaram uma jornada de paralisações para obrigar os empresários do transporte a cumprirem o dissídio coletivo. No dissídio, julgado no dia 12 de dezembro, os rodoviários tiveram grandes vitórias, como 9% de reajuste, cesta básica de R$ 100, entre outras, retroativas
a 2005.

No entanto, os patrões não cumpriram nada do que determinava o dissídio, e mantiveram ainda o boicote ao Sindicato dos Condutores e Trabalhadores de Empresas de Transportes Coletivos (Sincottrap), não repassando a mensalidade sindical há quase um ano.

Tudo isso revoltou ainda mais a categoria que, no dia 14 de março, realizou a primeira paralisação. O Ministério Público Federal do Trabalho fez um acordo com a patronal, que se comprometeu em cumprir parcialmente o dissídio. Mesmo diante deste acordo, os rodoviários decidiram manter a luta pelo cumprimento total do dissídio. No dia 28 de março, a greve parou todas as empresas de Macapá e da região metropolitana.

Os rodoviários realizam assembléias no centro, de onde partem com os ônibus em “operação tartaruga”. A luta tem conquistado o apoio da população. Por isso, de noite, ao saírem das assembléias, os motoristas abrem a porta da frente dos ônibus para que a população embarque sem pagar.

Esse tipo de pressão já começou a surtir efeito logo no dia 28. Um grupo de empresários de três empresas – Viação Barbarense Cidade de Macapá, Cidade de Santana e Garra Transportes e Serviços – aceitou cumprir o dissídio. Com isso, essas empresas voltaram a rodar normalmente, enquanto as demais seguem paralisadas.
No dia 31, uma nova assembléia aprovou a continuidade da luta com novas paralisações pela manhã e tarde dos dias 4 a 7 de abril. Os rodoviários continuarão com o movimento até derrotar os empresários e conseguir o cumprimento total do dissídio.

Post author Antonio Barros, de Macapá (AP)
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