O governador do estado de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB) pediu ajuda à Força Nacional de Segurança para intervir contra os trabalhadores grevistas da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Porto Velho. O movimento foi julgado ilegal pelo Ministério Regional do Trabalho, acatando o pedido da Construtora Camargo Correa. Diante da decisão de manter a greve, tomada em assembleia nesse dia 16 de março, a força nacional pode intervir a qualquer momento.

A Usina Hidrelétrica de Jirau, que faz parte do Complexo do Rio Madeira e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), teve o número de funcionários reduzidos após a revolta do ano passado, o que tornou evidente as condições subumanas de trabalho e dos alojamentos. Na época, o próprio Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, defendeu a demissão de uma centena de trabalhadores junto à Camargo Correa.

Apesar da redução do número de funcionários, o consórcio Energia Sustentável do Brasil (Suez/Camargo Correa), responsável pela obra, e o governo federal insistem em manter adiantado o cronograma das obras. A antecipação da operação da Usina é uma das formas de elevar os lucros do Consórcio e também garantiria bons frutos ao governo Dilma, criticada pelo atraso em outras obras do PAC. Com isso, crescem as pressões em torno do ritmo de trabalho.

Os dois mil funcionários que seguem em greve reivindicam reajuste salarial de 30%, aumento no valor da cesta básica e diminuição no intervalo da “baixada” (que é a liberação para visita a familiares em outros Estados), além de melhores condições de trabalho e instalações.