Juary Chagas, da Executiva da CSP-Conlutas/RN

Governadora se negou a receber trabalhadores e fugiu pela porta dos fundos

Servidores da saúde e educação em greve, além de estudantes, realizaram na manhã desta quarta-feira (21/08) mais um protesto em Natal. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial, melhores condições de trabalho e a abertura de negociação com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que desde o início da greve se recusa a dialogar com os trabalhadores.

Os trabalhadores da Saúde, em greve há 20 dias, reivindicam a reabertura da negociação e o atendimento de, pelo menos, cinco dos principais pontos propostos na pauta, entre eles a aplicação correta  da Lei 333/06 e a convocação imediata dos aprovados em concurso. Na pauta dos trabalhadores da educação estão melhorias na estrutura das escolas, convocação de mais 600 professores aprovados no último concurso, a atualização e pagamento da tabela salarial, devida desde 2011 e pagamento imediato da hora-atividade para os planejamentos das aulas e das gratificações dos diretores e vice-diretores, que foi cortada em julho.

Buscando arrancar da governadora uma negociação, cerca de 300 trabalhadores partiram em caminhada do hospital Walfredo Gurgel até a residência de Rosalba, na rua Ministro Raimundo de Brito, bairro de Morro Branco. Chegando ao local, onde a governadora estava presente, a recepção ao movimento foi feita pela Polícia Militar, que rapidamente se mobilizou para acompanhar a manifestação.

Durante toda a manhã, Rosalba se negou a atender os trabalhadores e terminou deixando a sua residência de forma sorrateira, escoltada por policiais. A postura da governadora revoltou ainda mais os trabalhadores e estudantes. Após isto, foram realizadas duas plenárias organizadas pelo SindSaúde e ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre) para deliberar a respeito dos próximos passos do movimento.

Infelizmente a direção do SINTE (sindicato dos trabalhadores em educação, ligado à CUT) não concordou em manter a mobilização, mas os trabalhadores da saúde e os estudantes, após assembleia, decidiram no local até que o governo reabra as negociações e atenda pelo menos cinco dos principais pontos propostos na pauta.

Agora, os trabalhadores seguem se organizando para reforçar a ocupação durante a noite, que deve se intensificar após as 20h, horário da troca de turnos nos hospitais. O SindSaúde está providenciando alimentação, banheiros químicos, mesas, tendas e pede para que os grevistas também levem barracas, colchões, lençóis e cadeiras de praia para o local. Também foi aprovado um chamado público às demais organizações, entidades, sindicatos, centrais e movimentos sociais para que fortaleçam o acampamento, além de um ato público no local nesta quinta-feira, 23/08, às 9h30min.

A CSP-Conlutas apoia incondicionalmente a greve dos trabalhadores e reforça o chamado para que as entidades e os ativistas do movimento fortaleçam o acampamento em frente à residência de Rosalba.

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