Cabral e Pezão. Foto Agência Brasil
Rito Roman, do Rio de Janeiro (RJ)

O Rio de Janeiro conhecido até outrora pelas obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro); pela indústria naval e pelos royalties do petróleo não existe mais. O sonho virou pesadelo e o estado concentra um bolsão de miséria com 1,2 milhão de desempregados. De 2016 para cá houve um crescimento de 49,4%, ou seja, 401 mil a mais de desempregados que no mesmo período do ano passado, segundo pesquisa realizada pelo IBGE.

Os salários atrasados dos servidores estaduais já se tornaram rotina. Julho recém se inicia e os salários de abril e maio ainda não foram depositados. Estima-se que são 209 mil servidores que possuem pelo menos um mês de salário atrasado. Mães e pais de família convivem com uma situação degradante enquanto os grandes empresários nadam em isenções fiscais.

O Rio deixou de arrecadar aproximadamente R$ 200 bilhões das empresas nos últimos anos. Isto é, quem paga imposto no Brasil é o povo trabalhador. Os ricos investem nas candidaturas dos partidos da ordem e têm esse dinheiro restituído em forma de isenção fiscal depois que os políticos se elegem. Essa é a ciranda da corrupção que ajudou a afundar o estado.

Apesar de tudo isso temos o que comemorar: o chefe da quadrilha, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), está preso em Bangu depois de toda ostentação com o dinheiro público. A farra em Paris em 2012, quando Cabral e sua gang gastaram R$ 400 mil, ou as joias da ex-primeira dama são apenas a ponta do iceberg de um esquema bilionário envolvendo o alto escalão do governo do estado.

A “solução” encontrada por Pezão foi iniciar a privatização da CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) para pegar um novo empréstimo de R$ 3,5 bilhões com a União. Ou seja, nada perto da dívida que as empresas têm com o estado que gira entorno de R$ 66 bilhões. O plano de “ajuste” contou ainda com o aumento da alíquota da contribuição previdenciária de 11 para 14% dos salários. Os servidores, além de não receberem, terão que aumentar a sua contribuição. Vale lembrar que o deputado André Ceciliano do Partido dos Trabalhadores (PT) encaminhou o projeto que realizou esse ataque e foi um dos entusiastas da proposta do governo Pezão/Picciani. PT e PMDB juntos mais uma vez!

O cenário desse filme de terror é um estado em guerra com uma política de segurança pública falida. As UPP’s que só levaram terror à população negra e pobre das favelas estão superadas pela realidade. Policiais, traficantes e milicianos estão juntos e misturados, como pode ser visto no escândalo em São Gonçalo, onde PM’s administravam uma boca de fumo. Enquanto isso a menina Maria Eduarda era baleada e morta dentro de uma escola em Acari.

A repressão aos movimentos sociais também ganhou uma nova dimensão. A Assembleia Legislativa (Alerj) encontra-se permanentemente gradeada contra os manifestantes e o uso de cães e “caveirões” são cada vez mais frequentes. O bombeiro Mesac Eflain, um dos principais líderes do movimento contra os planos de austeridade de Pezão, está sendo perseguido pelas autoridades e já foi preso diversas vezes. Rafael Braga continua preso e condenado a 11 anos de prisão.

Foto PSTU Rio

Para tirar o Rio de Janeiro e o Brasil da crise, precisamos de um plano emergencial de obras públicas para gerar emprego; estatização de todas as empresas que devem ao estado; fim imediato das isenções fiscais para grandes empresários; passe-livre dos transportes coletivos para desempregados e estudantes; estatização das linhas de ônibus, barcas, trem e metrô; interrupção da privatização da CEDAE; isenção de pagamento das contas de luz e água para desempregados; fim das UPP’s e da Polícia Militar; pela unificação das forças de segurança em uma polícia única de caráter civil e democrática formada a partir das comunidades e eleita democraticamente; descriminalização e legalização das drogas para acabar com o tráfico; expulsão das empresas privadas da saúde e educação e investimento público nestas áreas; prisão de todos os corruptos e corruptores e confisco de seus bens; entre outras propostas. Lembrando que tudo isso só será possível colocando para Fora Pezão, Temer e todos eles!