Camila Moura, Médica da atenção básica do Rio de Janeiro

A prefeitura do Rio de Janeiro desde o início do atual governo, em 2017, vem realizando sucessivos cortes no orçamento da saúde. Em 2019, o prefeito Marcelo Crivella cortou mais de R$ 700 milhões da saúde. A atenção primária à saúde é um dos setores mais afetado no SUS (Sistema Único de Saúde) com a redução do orçamento. Mais de 1000 profissionais foram demitidos e houve o corte de 200 equipes de saúde da família. Todos os meses há atrasos salariais, falta de medicamentos e de materiais básicos.

Os principais prejudicados com a precarização da saúde são os pacientes, que ficam sem atendimento, sem medicação, esperam em filas intermináveis por consultas especializadas e cirurgias, situações que põem em risco a vida de milhares de pessoas todos os dias.

A situação do SUS na cidade do Rio de Janeiro também é reflexo do congelamento do orçamento da União por 20 anos. Esse congelamento é fruto da PEC do Teto e tem atingido principalmente a saúde e a educação. Foi aprovada pelo governo Temer em 2016 e mantida por Bolsonaro.

Os ataques à atenção primária do Rio continuam nesse governo, que agora ameaça cortar os direitos trabalhistas e contratar os profissionais por Pessoa Jurídica (PJ). No segundo semestre de 2019, terminaram os contratos das Organizações Sociais (OS) que administravam as clínicas da família da CAP 1.0, 5.1, 5.2 e 4.0 (Zona Oeste, Zona Norte, região do centro e portuária), levando à demissão de todos os funcionários, com redução de salários de 20 a 30% e corte nas gratificações nos novos contratos. Essa situação levou à falta de profissionais, principalmente médicos, na maioria das clínicas da família dessas regiões, o que tem dificultado ainda mais o acesso da população ao atendimento de saúde.

É fundamental organizar uma greve unificada de todas as categorias da saúde juntamente com o restante da população carioca em defesa da saúde pública. Só conseguiremos barrar esse plano de precarização da saúde com uma luta unificada de todos os trabalhadores da saúde da cidade, sendo necessário superar a fragmentação das lutas por setores e ir para além dos movimentos que surgem quando há atraso salarial. A luta e organização nestes últimos anos em defesa da saúde conseguiu evitar várias medidas perversas dessa prefeitura. Nossos companheiros do Chile e do Equador têm mostrado como os trabalhadores mobilizados são capazes de mudar o seu destino e conquistar vitórias. Inspirados na luta de nossos irmãos latinos sigamos firmes, porque só a luta muda a vida!

O PSTU dá seu apoio irrestrito à luta dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde!

Contra os cortes na saúde! Contra a redução salarial e as demissões!

Por mais investimentos na saúde!

Em defesa da atenção primária à saúde com qualidade e pública!

Por uma greve unificada de todos os trabalhadores da saúde do Rio!