Na tarde de ontem (11/2), os representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sitraicp) reuniram-se com diretores do Consórcio Novo Cenpes, um dos responsáveis pela obra de expansão do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Miguez, da Petrobras. Os trabalhadores não aceitaram a proposta da empresa para encerrar a greve iniciada no último dia 9 de fevereiro.

Apesar de a empresa ter garantido que criará uma cisterna com 200 mil litros de água para o abastecimento das atividades até o fim da obra, os operários não aceitaram a proposta de compensar os dias parados em dois sábados sem o recebimento das horas extras integrais (100%).

Segundo o presidente do Sitraicp, o Consórcio se comprometeu ainda em melhorar a qualidade da alimentação servida aos trabalhadores. Os diretores do Novo Cenpes, no entanto, não atenderam a outra reivindicação dos operários: de garantir uma cesta básica ou um auxílio-refeição no valor aproximado de R$ 200.

Além destas reivindicações, os operários do Novo Cenpes querem um adiantamento salarial do reajuste que vem sendo negociado pelo Sitraicp e as empreiteiras do estado na data base da categoria, que é neste mês de fevereiro.

Trabalhadores do CITI se unem à greve do Novo Cenpes
Os trabalhadores do Consórcio CITI (formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Mendes Júnior, entre outras) se juntaram ao movimento e também paralisaram suas atividades nesta sexta-feira, dia 12.

Solidariedade ao movimento grevista
Durante a assembleia dos operários da construção do Novo Cenpes, o diretor do Sindicato dos Metroviários, Elias José, deixou a mensagem de solidariedade ao movimento e, como representante também da Conlutas, disse que os grevistas contam com todo o apoio da Central nesta mobilização por melhores condições de trabalho e isonomia salarial dentro das mesmas funções exercidas pelos trabalhadores da obra.

O estudante João, Diretório Central dos Estudantes Mário Prata, também manifestou o apoio do movimento estudantil da UFRJ à causa dos operários do Novo Cenpes. João afirmou que apesar de estarem de férias, os estudantes apoiam a greve dos trabalhadores e que já estão fazendo campanha de apoio através das redes de relacionamento eletrônicas para, quando da volta às aulas, em março, cobrar uma posição da reitoria da UFRJ e da Coppe (responsáveis pelo convênio da universidade com a Petrobras e o Cenpes) sobre as reivindicações dos trabalhadores e a falta de fiscalização das condições das obras no campus universitário.

O presidente da Adufrj-SSind, Luis Acosta, também deixou uma manifestação de apoio às revindicações dos trabalhadores e disse esperar que, após o carnaval, o Consórcio Novo Cenpes apresente propostas que efetivamente garantam condições dignas de trabalho e salários isonômicos para estes operários.

Nova assembleia depois do Carnaval
Os operários da construção do Consórcio Novo Cenpes farão nova assembléia no dia 18 para avaliar o que as empreiteiras irão oferecer para que os trabalhadores voltem às suas atividades. Vale destacar que o Consórcio Novo Cenpes conta com mais de 70 empreiteiras de vários estados (entre elas a Schahin Engenharia, OAS, Construbase, Construcap e Carioca Engenharia) envolvidas na construção do anexo.

SAIBA MAIS

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