A empresa de distribuição de energia Light, do Rio de Janeiro, unidade do bairro de Triagem, anunciou neste dia 11 de abril, quarta-feira, a demissão de 44 trabalhadores do almoxarifado central. O setor é responsável pelo fornecimento de equipamentos para empreiteiras e pela manutenção do sistema de distribuição.

Desde a manhã de quarta, cerca de 80 trabalhadores ocuparam a unidade, retendo todo o material utilizado na manutenção. Já começa a faltar energia em alguns locais do Rio e a situação tende a se complicar. Os trabalhadores exigem a manutenção do setor com todos os seus trabalhadores, além da incorporação ao quadro de funcionários da empresa de todos os terceirizados.

A empresa pressiona os trabalhadores a desocuparem para garantir a negociação. No entanto, a intenção dos funcionários é intensificar a ocupação. Uma rodada de negociação com a direção da empresa está prevista para o dia 12. “A vontade dos funcionários é de seguir com a ocupação”, afirma Ronaldo Moreno, presidente da Associação dos Empregados da Light (AEL), militante do PSTU e da Conlutas.

Empresa privatizada demite e precariza serviços
A empresa de distribuição de energia Light, que atende 35 municípios do estado, foi privatizada em 1996. Primeiramente, foi vendida para um grupo francês, a EDF. Em 2006, o controle da empresa foi repassado ao consórcio RME (Rio Minas Energia Participações) composto pela Cemig, JLA, Andrade Gutierrez e Pactual Energia Participações.

Desde a venda da empresa, foi deflagrado um processo de reestruturação, com demissões e terceirização. O resultado foi o sucateamento da empresa, com prejuízo aos serviços e transtornos à população. “A manutenção preventiva praticamente acabou”, denuncia Moreno.

Sindicato defende desocupação
Os trabalhadores da Light, cuja campanha salarial 2007 começava a ser impulsionada, lutavam contra a demissão de 5 trabalhadores no setor de Recuperação de Perdas, próximo ao Almoxarifado. Uma assembléia havia deliberado paralisação no dia 17 de abril, data em que se realizará uma audiência pública sobre a privatização da empresa.

No dia 10 de abril, uma nova assembléia aprovou a reivindicação de “Fim das terceirizações”, elegendo, contra a vontade da direção do sindicato, uma comissão de negociação. No entanto, no dia seguinte, os trabalhadores foram surpreendidos com o anúncio de mais 44 demissões. Em nota, a empresa justifica as demissões afirmando que o processo vai baratear o serviço, convertendo-se em benefícios à população. Além disso, propõe um plano de demissões voluntárias aos funcionários.

O sindicato da categoria, o Sintergia, cuja direção ligada à Articulação e à CUT está mantida através de fraude eleitoral, defende o plano de demissão voluntária e propõe a desocupação do setor. A Oposição à direção do sindicato e os trabalhadores do setor, porém, rejeitaram a posição do sindicato e estão firmes em manter a ocupação até a reversão das demissões.

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