Tânia Rêgo/Agência Brasil

PSTU – Rio de Janeiro

Pouco mais de dois anos após tomar posse, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) se encontra na berlinda. A Câmara dos Vereadores ameaça cassar seu mandato. O prefeito que se elegeu com a promessa de cuidar das pessoas pode ter que cuidar de si próprio muito cedo. E, se seguir o exemplo dos últimos governadores do Rio, pode acabar em algum presídio do estado.

Uma crise gigantesca em baixo
Ao contrário do que prometeu Crivella, a cidade do Rio de Janeiro vive uma crise gigantesca, as pessoas estão morrendo sem atendimento nos hospitais e postos de saúde, a prefeitura atrasa pagamentos, demite profissionais de saúde e corta verbas.

Na Educação, crianças e profissionais do setor convivem todo o dia com a violência e a falta de condições de trabalho, inclusive material didático. Dia a dia o governo ataca esses profissionais. Até hoje não regularizou a situação de milhares de agentes da educação infantil, as terceirizadas da cozinha e limpeza muitas vezes ficam sem salários ou com salários atrasados.  Além, é claro, do descumprimento de compromissos assumidos na campanha.

Como se fosse pouco, Crivella atacou aposentados e servidores com uma reforma da Previdência do município.

Por fim, as mortes e desabamentos causados pelas enchentes de janeiro, muito potencializados pelo descaso com as comunidades mais pobres e o desinvestimento nas verbas de ordenamento do território e proteção contra enchentes, demonstraram cabalmente que Crivella não está minimamente interessado em “cuidar” dos trabalhadores e da população mais pobre.

Esse tratamento aos de baixo contrasta com os milhões para os empresários em contratos sem licitação, isenções fiscais e aumento das tarifas dos transportes.

E outra crise em cima
Neste sentido, a crise política do governo municipal se explica, em primeiro lugar, pela luta dos trabalhadores que não vem aceitando todos os seus ataques, e pelo massivo descontentamento do conjunto da população.

Os mesmos vereadores corruptos que barraram os dois anteriores pedidos de impeachment não se tornaram subitamente conscientes da calamidade que é o governo Crivella. Respondem apenas a interesses próprios de sua manutenção no poder. Mas ao fazerem isso, eles levam também para dentro da Câmara de Vereadores uma crise que estava instalada apenas no andar de baixo, agravando ainda mais a situação do prefeito.

Nossa primeira tarefa
O papel dos trabalhadores é o de aproveitar da briga entre eles para impor as nossas vontades e necessidades, aproveitando que os de cima não estão se entendendo para unificar os de baixo contra todos eles. Isso não pode significar confiar em nenhum poderoso e nem nas suas instituições. Portanto, a luta contra o Crivella não pode estar focada em garantir o impeachment a partir de uma disputa parlamentar e sim em fomentar e organizar a luta dos trabalhadores para que coloquemos ele para fora do governo já.

Para além disso, é necessário de imediato a convocação de eleições gerais para o município. Eleições diretas para prefeito, como propõe o PSOL, vão apenas trocar o prefeito e manter essa mesma Câmara de Vereadores corruptos que sustentou o Crivella por dois anos.

Unificar a luta contra Crivella à luta contra a reforma da Previdência
A luta para botar já para fora Crivella e todos os corruptos do governo do Rio deve unificar-se com as restantes lutas dos trabalhadores contra os ataques que vêm aí. Nesse sentido, é necessária uma mobilização unificada pelo Fora Crivella mas também contra a reforma da Previdência.

Construir uma greve geral, no Rio e no Brasil
Derrotar Crivella, e junto com ele toda a máfia que hoje governa a cidade do Rio de Janeiro, e junto com isso mobilizar os trabalhadores, os pobres e os setores mais oprimidos de nossa cidade para enfrentar os ataques que também vem do Governo Federal e estadual, como a reforma da Previdência de Bolsonaro e a licença para matar de Witzel, exige a construção de uma greve geral, que desloque discussão da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa para as ruas.

Fora Crivella, eleições gerais já!

Nenhuma confiança na Câmara dos Vereadores!

Construir uma grande mobilização contra Crivella e a reforma da Previdência!

Preparar uma greve geral no Rio e no Brasil!