É preciso unir os que lutam nas eleições municipais, sem Fernando Gabeira ou qualquer outro candidato da burguesiaEscândalos de corrupção no governo federal, atitudes ditatoriais do governador Sergio Cabral (PMDB) e desmandos nas prefeituras. Essa é a realidade política marcante hoje do Rio de Janeiro.

A presidente Dilma, em menos de um ano, perdeu cinco ministros em escândalos de corrupção. Sergio Cabral abre mão de cobrar bilhões de reais em impostos de seus amigos empresários. Gastou R$ 1 bilhão de reais na reforma do Maracanã, mas não atende as reivindicações do funcionalismo público estadual. Age como um verdadeiro ditador, reprimindo aqueles que lutam por seus direitos. Mandou prender centenas de bombeiros, se enfrentou com profissionais da educação em greve, cortou salário dos serventuários da justiça estadual e, depois, foi obrigado a pagar.

Os serviços públicos vão de mal a pior, o transporte e a saúde são um caos. A política de segurança é genocida. Mata a população negra e os trabalhadores pobres nas comunidades do Rio. Agora, Cabral quer privatizar a saúde com as OS (Organizações Sociais) que administrariam a saúde em lugar do Estado.

Já o prefeito Eduardo Paes (PMDB), segue os passos de Cabral. Promove remoções de comunidades de forma arbitrária favorecendo a especulação imobiliária. Ataca a Previdência dos servidores públicos municipais, com a PL 1005, que exime a responsabilidade do Tesouro Municipal sobre as aposentadorias e pensões que ficam sem garantias concretas de serem pagas. As empresas privadas de ônibus têm lucros absurdos com serviços de péssima qualidade.

Frente de esquerda para organizar os trabalhadores
Diante de tanto abandono, os trabalhadores e o povo pobre do Rio de Janeiro precisam de uma alternativa nas lutas e nas eleições de 2012. O PSTU propõe aos companheiros do PSOL e do PCB a construção de uma Frente de Esquerda Socialista, com um programa classista e socialista. Um programa de oposição de esquerda à oposição burguesa, e também a Dilma, Cabral e seus cúmplices nos municípios. Um Frente que organize o povo pobre para lutar contra os desmandos dos governos de plantão.

Unir os que lutam
Para nós, essa frente não pode ter a presença de nenhum representante de partidos burgueses (os partidos dos ricos e poderosos) ou que façam parte dos governos federal, estadual ou municipais. Devemos ter uma posição firme contra a política de (in) segurança e as UPPs (Unidades Pacificadoras) do governo Cabral. Também é muito importante que a Frente de Esquerda seja financiada pelos trabalhadores, sem nenhum tostão de empresas ou empresários.

Precisamos unir os que lutam nas ruas juntos com professores, bombeiros, profissionais da saúde e o povo pobre contra os ricos e poderosos. Por isso, essa Frente pode e deve ser construída de forma democrática, com participação dos ativistas, respeitando o peso social dos partidos e organizações envolvidas.

Gabeira e o PV não são aliados dos trabalhadores
Recentemente, o site de noticias JB informou que Marcelo Freixo, deputado estadual do PSOL, e Fernando Gabeira (PV) estavam se reunindo para tentar fechar um acordo para as eleições de 2012. Na última eleição ao governo do estado, Fernando Gabeira esteve aliado a Cesar Maia (DEM) e a José Serra (PSDB). Na verdade, esse movimento de Gabeira em direção à direita reacionária já existe há um bom tempo. Como deputado, ele votou pela quebra do monopólio do petróleo da Petrobras, contra os interesses da classe trabalhadora brasileira. Gabeira, em um debate em 2010, polemizando com o candidato do PSOL que o chamara de “ex-Gabeira”, disse que o socialismo fracassou e que para governar são necessárias alianças.

Como se não bastasse, seu partido é dominado por gente como Sarney Filho, filho do notório presidente do Senado, símbolo da corrupção do país, e sempre envolvido nas maracutaias do governo de plantão.

O PV é uma legenda de aluguel, que abriga todo tipo de oportunistas dispostos a se cobrir com a bandeira “ecológica” para, na verdade, chegar ao poder e obter privilégios. Existem membros do PV no governo federal, em governos estaduais e municipais do PSDB, do PT e outros partidos em todo o país. Mesmo Marina Silva, que esteve no governo do PT e flertou com a oposição burguesa, não agüentou ficar nesse partido.

Será que a militância do PSOL acha que a solução para resolver os problemas da classe trabalhadora e da juventude é se juntar ao PV de Sarney Filho e Gabeira? Claro que não.

Ao invés de procurar Gabeira, propomos ao deputado Marcelo Freixo que convoque plenárias da esquerda socialista e do movimento social organizado para debater e preparar um programa dos trabalhadores para a cidade do Rio. O PSTU acredita que a melhor opção para a classe trabalhadora do Rio é a conformação da Frente de Esquerda. Achamos que é possível chegar a um acordo programático que preserve a independência de classe. Vamos nos esforçar para isso. No entanto, se não for possível vamos apresentar uma alternativa de esquerda, socialista e classista para juventude e a classe trabalhadora carioca.

Post author Alexandre Barbosa
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