Fotos: Erick Dau

Governos recrudescem a repressão contra os educadores em greve no Rio

Nesta terça (1º/10) foi realizado o ato “Educação em luto”, em repúdio à repressão contra os educadores do município que estão em greve e lutam pela educação pública e contra a votação do projeto de plano de carreira apresentado pelo prefeito e que representa um verdadeiro ataque aos profissionais e à educação pública. Por volta das 13h, milhares de ativistas estavam em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, quando receberam a adesão de bancários, educadores da rede estadual e trabalhadores da Faetec. Essa unificação de diversas categorias em luta já foi uma grande vitória para os trabalhadores do Rio de Janeiro.
 
Mas não eram só os ativistas que se reuniam na Cinelândia… A PM, chefiada pelo coronel José Luís Castro Menezes e sob a direção de Sergio Cabral, instalou um verdadeiro exército para reprimir os manifestantes. Foram muitas bombas de gás lacrimogêneo, agressão a ativistas e dezenas de presos. Com as bombas, os policiais conseguiram afastar a manifestação da Câmara dos Vereadores. Mas eles não se contentaram com isso, e foram avançando em toda a extensão da Av. Rio Branco. Os educadores resistiram bravamente, e durante muito tempo não desfizeram sua coluna. Realmente foi necessário um grau de truculência muito grande para conseguir dispersar a manifestação. 
 
Grupos se mantiveram em diversos pontos da cidade. Os que permaneceram em frente à Câmara dos Vereadores sofreram ainda mais ataques de bombas de efeito moral. Houve grupos que foram para o IFCS (campus da UFRJ), outros ficaram na Candelária e na Alerj. 
 
A violenta repressão policial que a população assistiu hoje tinha como objetivo garantir a votação de um plano de carreira que é um dos piores ataques que a educação pública já sofreu. A sanha pela aprovação era tão grande que mesmo quando os barulhos das bombas ecoaram dentro da Câmara, não houve suspensão da votação. Seguranças da Câmara retiraram à força o vereador Leonel Brizola Neto por estar contra a votação.
 
Quando houve as grandes manifestações em junho, uma das principais reivindicações era pela melhoria na educação. O que está acontecendo, e em todos os níveis da educação pública, é o contrário, e a depender dos governos, a educação vai ficar pior. Por isso é fundamental que a população entenda que esta não é uma luta por aumento salarial, é uma luta de todos aqueles que mantêm seus filhos em escolas públicas, ou que a duras penas pagam escolas particulares por causa da péssima qualidade da educação pública. Enfim, é uma luta de todos os trabalhadores.
 
PT e PC do B não rompem com governos que reprimem trabalhadores
É preciso cobrar do PT e do PCdoB e da sua militância honesta que estes partidos rompam com os governos de Paes e Cabral. Não é possível que esses partidos, que dizem representar os trabalhadores, e que inclusive atuam no Sindicato dos Profissionais de Educação do RJ – SEPE, continuem num governo que joga bombas, bate e prende professores. Que o vice-prefeito Adilson Pires, do PT, renuncie já! Ou será considerado conivente com os desmandos e a violência ditatorial de Cabral e Paes contra os movimentos sociais do Rio de Janeiro.
 
Ato contra a repressão aos movimentos sociais
Nesta quarta-feira, às 17h, será realizado um ato contra a violência e a repressão contra os movimentos sociais. A truculência é a marca do governo Cabral, que já a utilizou contra bombeiros, educadores, os ativistas das grandes manifestações deste ano, além dos moradores das favelas cariocas; e também do governo Paes, que sempre apoiou a política de segurança de Cabral e a tem utilizado contra os educadores da rede municipal desde que estes entraram em greve. Hoje, após mais essa demonstração de intransigência e repressão gratuita, mais do que nunca é necessário nos unirmos para refletir e agir coletivamente e assim enfrentarmos nossos inimigos.
 
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