Bloqueio de estradas e paralisações em fábricas marcaram as atividades do dia 23 contra a Emenda 3 e as reformas do governo Lula no Rio Grande do Sul. Segundo a imprensa local, pelo menos 11 cidades gaúchas tiveram protestos. Estradas da região metropolitana tiveram o trânsito interrompido. Na serra e na capital Porto Alegre, fábricas paralisaram as atividades parcialmente.

Na capital Porto Alegre, operários de várias fábricas da Zona Norte da cidade atrasaram a entrada ao serviço no início da manhã. A principal atividade foi na fábrica Taurus de armamentos. Com 100% de adesão, o turno que começa às 7h só teve início às 8h15. Os trabalhadores se concentraram do lado de fora da fábrica. Neste período, uma parte deles participou de uma passeata na região. A Conlutas teve presença forte na mobilização e, também, distribuiu o boletim da Coordenação.

Uma das principais estradas de acesso à capital, a Tabaí-Canoas, próxima à BR-116, teve o trânsito parado pelos manifestantes. O objetivo era chamar a atenção da população para a retirada de direitos que vai atingir a todos.

Em Caxias do Sul, na serra, as linhas de ônibus da empresa Visate, que tem o monopólio do transporte urbano na cidade, não saíram da garagem até por volta das 8h30. Nas principais empresas da cidade, houve protestos e assembléias com funcionários. Caxias do Sul tem um dos principais distritos industriais do Estado.

As manifestações foram convocadas pela CUT e pelo sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre. Outras organizações e entidades, porém, se integraram à construção das atividades, como a Conlutas, a Intersindical e partidos políticos. O PSTU esteve presente, expressando a sua contrariedade não só à Emenda 3, mas à totalidade do projeto da Super-Receita, bem como a toda e qualquer medida de ataque do governo Lula que retire direitos dos trabalhadores.