Política do governo carioca é racista e segregacionista

Iniciou-se neste final de setembro, no Rio de Janeiro, uma operação policial que o governo carioca promete durar até março do próximo ano. Trata-se de um verdadeiro escândalo contra os direitos humanos. O cerne da operação policial é proibir quem não tem dinheiro de ir até a praia, ou seja, espaço que estaria reservado à população mais favorecida economicamente.
 
Nada menos que 36 jovens foram detidos pela polícia e retirados dos ônibus em que faziam o trajeto de seu local de moradia até as praias da zona sul. O argumento que mais chama a atenção, pela desfaçatez, é que estes jovens “não tinham dinheiro”. O outro argumento, de que jovens estariam praticando assaltos, também não tem sentido. Isso não dá o direito à polícia do governador Pezão de prender as pessoas que andam pelas ruas sem dinheiro.
 
Se fosse assim, porque essa mesma polícia não prende todos os políticos do Rio, depois do envolvimento de vários deles no escândalo da Lava Jato (inclusive aliados do governador, como o deputado Eduardo Cunha)? Aliás, o prejuízo causado ao país por estes ladrões de colarinho branco é incomparavelmente maior do que o prejuízo causado por um eventual assalto praticado por um jovem infrator…
 
Sabemos que há muito, a política de Estado no país que vivemos é de criminalizar a juventude pobre e negra da periferia dos grandes centros urbanos de nosso país. É a única explicação possível para mais de 5 mil assassinatos contra este setor da população que são praticados pela polícia todo ano. Mas, descarado assim, é a primeira vez que o problema aparece.
 
É preciso que as organizações dos trabalhadores e os movimentos sociais reajam a esse absurdo. As instituições que lutam em defesa dos direitos humanos precisam agir.
 
Presos, pelo absurdo e pela ilegalidade que estão patrocinando, deveriam estar o governador do Rio acompanhando pelo seu secretário de segurança e comandante da PM.
 
 
 
 

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