Nas últimas semanas, centenas de torcedores protestaram contra Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). No Rio de Janeiro, cerca de 300 pessoas protestaram no Largo do Machado. Um dos organizadores foi a Frente Nacional dOpinião: Como a FNT surgiu e quais os principais objetivos desse movimento?
João Marques – A Frente Nacional dos Torcedores surgiu no final do ano passado diante da ruptura com outro movimento sectário-partidarizado e extremamente academicista, sem qualquer diálogo de massa. Somos a Frente do Torcedor, a frente ampla que luta por um futebol justo, democrático e popular; que luta por uma copa do povo; que luta por um futebol menos mercenário, por um futebol do povo. Nossa comunicabilidade com a arquibancada é intensa.

Qual a expectativa para os atos no começo de outubro, pelo “Fora Ricardo Teixeira”?
Marques – A expectativa é grande. O Brasil quer a saída do Ricardo Teixeira, um nefasto cartola, um verdadeiro ditador do futebol nacional. Ele não possui aptidão moral para gerência de recursos públicos do COL 2014 [Comitê Organizador Local da Copa], nem para administração da CBF. O futebol não é dele nem de ninguém, o futebol é do povo! É do menino que joga descalço nas ruas, é do torcedor que deixa de comer para ir ao estádio. Ricardo Teixeira é um crápula, e deve ser derrubado.
Quais vocês consideram os ataques mais sérios que estão sendo feitos ao povo pobre, sob o pretexto da Copa?

Marques – As remoções forçadas são uma crueldade abissal, o desrespeito ao direito à moradia digna é uma violação dos direitos humanos e injustificável, assim como os exorbitantes gastos da Copa. Não tem como ignorar a falta de transparência, os indicativos de corrupção e roubalheira, e a elitização do futebol, esporte outrora do povo.

Qual importância, na opinião de vocês, da ANEL e da CSP-Conlutas estarem se juntando a essa luta?
Marques – É vital a participação de outras entidades. Ainda mais quando se trata de um movimento estudantil livre de governos, e de uma central de trabalhadores que pretende dialogar com movimentos populares. Aliás, é importante frisar que o trabalhador não precisa só de educação, saúde, salário digno e comida, o trabalhador precisa também de lazer e cultura. E, o futebol é lazer cultural do trabalhador brasileiro. Não podemos deixar o processo de elitização do futebol ser concluído. Vamos lutar, resistir, e vencer. Estudantes, trabalhadores e torcedores: livres e combativos.
Post author Jorge Badauí, de São Paulo
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