Nos dias 29, 30 e 31 de maio aconteceu em Ouro Preto (MG) a reunião da Coordenação Nacional da Conlutas, que contou com a presença de 164 dirigentes sindicais e de movimentos sociais. Entre eles, 91 delegados, com direito a voto; 73 observadores, representando 36 entidades sindicais; 25 minorias de diretorias e oposições sindicais; 4 entidades do movimento popular e 3 entidades estudantis.

A reunião discutiu centralmente a conjuntura nacional e o plano de ação contra os efeitos da crise econômica sobre os trabalhadores. Mas também se debateu o processo de reorganização do movimento, onde se avaliou a possibilidade de construção de uma nova organização nacional dos trabalhadores e do conjunto dos explorados e oprimidos a partir da fusão da Conlutas, de setores da Intersindical, do MTST, entre outras entidades.

No primeiro dia, a reunião dedicou avaliar a situação nacional marcada pelo aprofundamento da crise econômica e a recessão da economia brasileira. O debate refletiu uma grande unidade de todas as entidades presentes, apontando para uma tarefa central da Conlutas neste momento: a disputa da consciência da classe trabalhadora sobre a necessidade de enfrentar os ataques dos governos e da patronal, que buscam jogar as conseqüências da crise sobre os ombros dos trabalhadores.

Neste ponto, foi reafirmada a importância do trabalho extensivo com o abaixo-assinado que exige medidas concretas ao governo Lula e do Congresso Nacional contra os efeitos da crise sobre os trabalhadores. Este abaixo-assinado foi lançado no início de maio pela Conlutas.

Ainda sobre o debate da situação nacional, foi discutida a intensificação das lutas dos trabalhadores em todo o país contra os ataques da patronal e dos governos, além da necessidade da Conlutas e suas entidades atuarem conscientemente para a unificação destas lutas.

No dia 3 de junho, os professores da rede estadual de ensino de São Paulo irão paralisar. A categoria pode entrar em greve por tempo indeterminado a partir deste dia. Os professores vão realizar protestos unificados com os funcionários da USP, que estão há um mês em greve.

A USP teve seu Campus ocupado pela polícia militar no último dia 1º (veja na página 13).
Já em Belo Horizonte, nos dias 3 e 4 de junho, será realizada uma paralisação de 48 hortas pelos professores da rede municipal em conjunto com todos os servidores municipais. Também continua a greve dos servidores municipais de Campinas (SP), iniciada no dia 20 de maio. Outras greves estão sendo preparadas entre os servidores de Vitória (ES) e de Contagem (MG), demonstrando que os servidores municipais vivem um processo de lutas nacional. O setor tenta evitar a redução das receitas das prefeituras, em conseqüência da crise. O que vai significar mais arrocho salarial e corte nos investimentos nos serviços públicos.

Servidores federais
Os servidores federais estão preparando uma manifestação nacional em Brasília, com caravana dos estados, no dia 17 de junho. A manifestação será antecedida por manifestações nos estados no próximo dia 9.

No setor privado de São Paulo, se destacou a greve dos trabalhadores da construção civil de Campinas, além da paralisação dos metalúrgicos da Cosipa, em Santos, contra as demissões e a derrota do Banco de Horas na AmBev, em Jacareí (SP).
Na mineradora Vale, em Minas, as mobilizações e a pressão dos sindicatos de Congonhas e de Itabira, ligados a Conlutas, impediram as demissões previstas pela empresa previstas para junho.

A reunião da Conlutas definiu que a entidade atuará ativamente no apoio a estas lutas, buscando unificá-las ao nível dos estados e regiões. Assim, pretende-se acumular forças para o dia nacional de lutas, marcado pelas centrais sindicais para o dia 14 de agosto. Sobre o dia nacional de lutas, a Conlutas aprovou sua participação, mas reafirma a crítica as demais centrais sindicais sobre o adiamento da manifestação nacional somente para agosto, além de exigir que o dia 14 de agosto seja convocado como um dia nacional de paralisação.

Post author André Freire, da direção nacional do PSTU
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