No dia 2 de fevereiro, a Coordenação Nacional da Conlutas reuniu-se novamente em Brasília para definir as próximas ações da Coordenação, assim como avançar nos preparativos do Congresso Nacional dos Trabalhadores, o Conat. Cerca de 17 entidades, entre sindicatos, oposições e representações da Conlutas do Rio, São Paulo e Sergipe, além da Conlute, marcaram presença.

Contra dívidas e pela valorização do mínimo
A reunião reafirmou o principal eixo da Conlutas para o próximo período: uma campanha nacional contra o pagamento das dívidas externa e interna. Integrada com a luta contra a OMC, a política neoliberal imposta pelo FMI e a militarização da América Latina, tal campanha será impulsionada na base das categorias que compõem a Conlutas, associada a cada reivindicação específica.

A Campanha contra a dívida será desenvolvida em conjunto com a Campanha Contra o Pagamento das Dívidas e em defesa da Auditoria Cidadã, conduzida pelo Jubileu Sul. A Conlutas fará um folheto didático e explicativo a fim de desenvolver essa campanha entre os trabalhadores, estudantes e na base dos movimentos sociais.

Da mesma forma, a Coordenação Nacional de Lutas impulsionará uma campanha pela verdadeira valorização do salário mínimo, em detrimento do salário de fome imposto pelo governo Lula e pela CUT. O Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do TCU) desenvolveu uma cartilha explicando a necessidade e a possibilidade da elevação do salário mínimo, contra-atacando argumentos falaciosos de que é impossível um mínimo maior. A entidade fez uma primeira impressão da cartilha (ao custo de R$ 1,00 cada) e a Conlutas vai agora consultar cada entidade para avaliar a tiragem do material.

Anulação da reforma da Previdência
Dando seqüência a uma das principais campanhas levantadas pela Conlutas, a anulação das reformas neoliberais aprovadas pelo mensalão no governo Lula, a Coordenação dará entrada na próxima semana, junto à Procuradoria Geral da República, a um pedido pela anulação da reforma da Previdência.

O pedido feito pela Conlutas em 2005 foi arquivado sob o pretexto de falta de provas. Agora, com a cassação do deputado José Dirceu e outras cassações que possivelmente ocorrerão, o próprio Congresso admite a existência do mensalão, conferindo provas mais do que consistentes para o pedido. Não tendo qualquer ilusão no Estado para investigar a si próprio, a Conlutas lançará uma forte mobilização pela anulação das reformas ainda em fevereiro.

Dinâmica do Conat
Com os 500 mil jornais de convocação sendo distribuídos em todo país, a reunião em Brasília ainda definiu uma proposta de dinâmica para o Conat, que ocorre nos dias 5, 6 e 7 de maio em Sumaré (SP). De acordo com a proposta, o início do congresso ocorre na sexta-feira, dia 5, de manhã, com uma solenidade de abertura e as falas de entidades, movimentos e partidos convidados. À aprovação do regimento interno do Conat seguirá um painel sobre conjuntura, com a possibilidade da presença do intelectual norte-americano James Petras entre os debatedores.

À tarde, os participantes se divide em grupos para debater conjuntura e, após os grupos, será realizada uma Plenária sobre a importância da atuação conjunta dos movimentos sociais, sindicatos, movimentos populares e estudantis.

Já no segundo dia, a manhã começa com um painel curto sobre a organização da Conlutas, seguido de grupos de discussão sobre a concepção e o programa da Coordenação. A tarde do dia 6 será dedicada ao debate em grupos sobre o funcionamento e os estatutos e, à noite, será reservada às plenárias específicas sobre opressão.

O dia 7, último dia do congresso, se iniciará com uma plenária geral sobre conjuntura, seguida de plenária sobre concepção, programa, estatutos e funcionamento da nova entidade a ser fundada. À tarde, se dará continuidade à plenária, e ocorrerá o encerramento do evento que deverá marcar a história das lutas dos trabalhadores no país.

No próximo dia 14 de março, a Coordenação Nacional reúne-se novamente, desta vez em São Paulo, para detalhar a estrutura e a dinâmica do Conat. Todas as contribuições ao debate podem ser conferidas no site da Conlutas.

Encontro consolida Conlutas em Sergipe
Da redação*

Nos dias 28 e 29 de janeiro foi realizado, em Aracajú, o I Encontro Estadual da Conlutas de Sergipe, reunindo cerca de 92 pessoas. Compareceram seis sindicatos: Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe, Sindicato dos Cimenteiros, dos Trabalhadores no Sesc, Senai e Senac, o Sindicato dos Trabalhadores dos Cefet/SE e dos Auditores Fiscais do Trabalho no estado.
Além disso, marcaram presença também as Oposições Sindicais do Sindicato dos Previdenciários, do Sindicato dos Servidores Federais, do Sindicato dos Trabalhadores do Fisco, do Sindicato dos Trabalhadores da Federal de Sergipe e do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde. O encontro também teve a presença de representantes de movimentos sociais e de luta contra o racismo, além da juventude do PCB e de uma delegação de servidores de Alagoinhas (BA).

Fortalecer as oposições
O Encontro deliberou os eixos políticos que nortearão a ação da Conlutas no estado, como a luta contra o pagamento da dívida, contra a Alca e o imperialismo, pela anulação da reforma da Previdência e pela valorização do salário mínimo. Além disso, foi aprovado também um plano de ações para o próximo período, com ênfase no fortalecimento das oposições onde a Conlutas tem trabalho e sua construção nas demais categorias.
Conat
As entidades presentes traçaram um plano financeiro para garantir a participação dos delegados no Conat em São Paulo, incluindo a realização de uma rifa para arrecadar recursos. Além disso, dando organicidade à Conlutas no estado, o encontro elegeu uma coordenação e deliberou o funcionamento da Coordenação por meio da realização de reuniões quinzenais. A próxima reunião ocorre no dia 14 de fevereiro. Além disso, a Conlutas Sergipe terá uma plenária mensal, sendo a primeira no próximo dia 8 ou 29 de abril.

* colaborou Nericilda Rocha

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