Além da luta contra a crise, Conlutas aprova campanhas contra a gripe suína e pelo Fora SarneyNos dias 25 e 26 de julho aconteceu no Colégio Pedro II, em São Cristóvão no Rio de Janeiro, a reunião da Coordenação Nacional da Conlutas. A reunião contou com 183 participantes, sendo 74 representantes com direito de voto e 109 observadores. Estavam representados 48 sindicatos, 30 oposições e minorias de entidades sindicais, 4 movimentos populares urbanos e 2 entidades estudantis.

A reunião reafirmou a intervenção das entidades e movimentos da Conlutas na organização do dia 14 de agosto, dia nacional de lutas e paralisações. Nos próximos dias será distribuído em todo o país o boletim nacional da Conlutas convocando as atividades do dia 14.

Unificar as lutas
A proposta da Conlutas é aproveitar o dia de luta para organizar paralisações em todas as bases que estiverem condições para tal, unificando principalmente as categorias que estão em luta neste momento com as que iniciam suas campanhas salariais.
A Conlutas já está preparando importantes mobilizações em São José dos Campos (SP), unindo os metalúrgicos, aposentados, trabalhadores dos Correios e o movimento popular do Pinheirinho, além de outros setores. Também serão realizadas fortes paralisações na construção civil do Pará e de Fortaleza, organizadas pelos sindicatos filiados à Conlutas.

Os petroleiros têm um indicativo nacional de paralisação para 14 de agosto, aprovado tanto pela FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) como pela FUP (Federal Única dos Petroleiros). Já no dia 4 de agosto as bases da FNP realizam atrasos de 1 hora nos turnos para protestar contra a punição dos trabalhadores que fizeram a última greve da categoria.

Os servidores municipais de Belo Horizonte e os servidores estaduais do Rio de Janeiro também estão construindo paralisações neste dia e segue a mobilização dos servidores do Ministério do Trabalho e do conjunto dos servidores federais.

Outra característica importante do dia 14 de agosto serão as ações conjuntas do movimento sindical com o movimento popular. Neste sentido, a Conlutas está construindo atividades unitárias com o MTST e o MST. A Assembléia Nacional dos Estudantes Livres (ANEL) está convocando os estudantes para participar das manifestações unitárias nas principais cidades do país para defender a educação pública e denunciar os cortes de verbas que o Governo Lula vem fazendo.

A Conlutas segue chamando as demais centrais sindicais a priorizarem a construção do dia 14 de agosto, convocando suas bases para realizar paralisações neste dia e atos nas principais cidades do país. Somente nossa mobilização poderá barrar os ataques dos governos e dos patrões, que buscam jogar nas costas da classe trabalhadora os efeitos da crise econômica.

Dias 7 e 8 tem mutirão do abaixo-assinado
Nos dias 7 e 8 de agosto a Conlutas promoverá em todo o país atividades de recolhimento de assinaturas para o abaixo-assinado lançado em maio, exigindo do Governo Lula e do Congresso Nacional medidas concretas que protejam o emprego e os direitos dos trabalhadores e do povo pobre frente às conseqüências da crise econômica. As atividades do abaixo-assinado da Conlutas servirão também para convocar as mobilizações do dia nacional de lutas e paralisações.

No texto do abaixo-assinado se destacam a exigência da estabilidade no emprego, da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e a reestatização da Embraer, Vale, Petrobrás e CSN.

Campanha exige do governo medidas contra a gripe suína
O discurso do Governo Federal de que a gripe suína esta controlada no país caiu por terra. Existe um total descontrole do vírus, e a cada dia aumenta o número de contagiados e de mortes por conta desta gripe.

Esta epidemia vem revelando o descaso dos sucessivos governos com a saúde pública. Em maio, uma Medida Provisória liberou R$ 129 milhões para o combate da doença. Dois meses depois, apenas 7% do valor previsto foi gasto.

Os hospitais e postos de saúde não possuem a mínima condição de atender de forma adequada a população. Faltam profissionais, equipamentos, espaço físico e, principalmente, o remédio para combater a doença em quantidade suficiente para todos os infectados.

A Conlutas realizará uma campanha, através de seus sindicatos e movimentos, exigindo do governo Lula, dos governadores e dos prefeitos medidas concretas e eficientes de combate ao vírus e de atendimento à população. Exigimos do Ministério da Saúde a quebra da patente do remédio, para que seja possível sua distribuição para todos os doentes e para que esta epidemia não sirva para enriquecer ainda mais os laboratórios privados e multinacionais.

Por um dia nacional de paralisação das categorias em luta
No segundo semestre acontecem as campanhas salariais de importantes setores da classe trabalhadora brasileira, como metalúrgicos, petroleiros, bancários, trabalhadores da mineração, dos Correios, entre outras. Existe uma grande disposição de luta para arrancar reajustes salariais acima da inflação e derrotar a política de retirada de direitos dos patrões e dos governos.

Após o dia 14 de agosto, a Conlutas chama todas as centrais sindicais para construir um dia unificado e nacional de paralisação das categorias que estão em campanha salariais. Para isso, por iniciativa da Conlutas, serão convocadas nos estados e regiões reuniões das categorias em luta para organizar ações unificadas já no final de agosto e início de setembro.

Conlutas chama o “Fora Sarney”
A reunião da Coordenação Nacional da Conlutas definiu também um posicionamento oficial da entidade pelo Fora Sarney. A Conlutas engrossará protestos em todo o país pela retirada do atual presidente do Senado, contra a corrupção e pela prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores.

Da mesma forma, a Conlutas vai questionar a própria existência da instituição, marcada por um sistema de representação desproporcional e antidemocrático (3 senadores por Estado), aonde sempre o lobby dos grandes empresários consegue mais facilmente aprovar projetos contra os trabalhadores e favoráveis à burguesia. Pelo fim do Senado e por uma Câmara única!

Post author Tião Torres, de São Paulo (SP)
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