Operários da construção civil assistem apresentação do PSTU
Diego Cruz

Eles não foram convidados ao Fórum Social Mundial organizado pelo governo Federal e estadual. Nas universidades e prédios de luxo que constroem, não podem entrar. Mas para o PSTU, eles são os verdadeiros agentes da revolução. Foi essa a consciência que o partido em Belém tentou passar aos cerca de 150 operários da construção civil que compareceram a uma reunião de apresentação realizada nesse dia 29 de janeiro.

A reunião contou com a presença de Francisco Gonzaga, diretor do Sindicato da Construção Civil de Fortaleza (CE), Cleber Rabelo e Atnágoras Lopes, ambos da direção do sindicato da categoria de Belém (PA). A reunião ocorria poucos dias depois da grande vitória da chapa da Conlutas nas eleições do sindicato na capital paraense, de mais de 82% dos votos. Porém, um dos principais debates foi justamente a insuficiência do sindicato como instrumento para se mudar a sociedade.

Com o sindicato, apenas corremos atrás do prejuízo, lutamos para depois vir a inflação”, explicou Atnágoras. Cleber lembrou a vida sofrida de exploração em que os operários são submetidos. “Acordamos às 5 horas, para entrar às 6, trabalhamos muitas vezes até às 8, chegamos em casa e nem conseguimos ver o jornal na TV, muitos sequer conseguem ver os filhos, pois quando chegam, já estão dormindo”, relatou.

Uma vida de exploração para garantir a boa vida dos patrões. “Não recebemos o lucro que produzimos, ele vai para o avião do patrão, a escola particular do filho, as viagens de féria… é uma sociedade injusta em que tudo o que conseguirmos é através de nossa própria luta“, disse o dirigente, que trabalha como servente de pedreiro. Cleber explicou que o sindicato é uma ferramenta para unir os trabalhadores por melhores salários e condições. Já o partido é uma ferramenta para fazer a revolução. “Acreditamos que a vida só vai mudar de verdade se fazermos uma revolução e o PSTU acredita que são os operários que podem fazer isso“, afirmou.

“O trabalho nessa sociedade não dignifica ninguém, não podemos acreditar que nossa vida se resume a morrer soterrado numa obra“, disse Atnágoas. “E os operários são a única classe capaz de levar adiante uma revolução que mude de vez essa sociedade”, completou. Os peões, atentos, ouviam um discurso diferente de tudo o que sempre ouviam. A cada discurso que colocava o papel daqueles trabalhadores simples e calejados no centro da revolução arrancava aplausos.

Ao final, três operários se filiaram na hora. Outros quinze se inscreveram num curso do partido, a fim de conhecerem melhor o PSTU.