Teve fim neste domingo, 15 de março, a reunião da coordenação nacional da Conlutas, com os encaminhamentos sobre a implementação do plano de lutas aprovado no Encontro Nacional Contra as Reformas do dia 25 de março. A discussão sobre América Latina foi transferida para a próxima reunião nacional por decisão dos participantes.

A reunião reafirmou a totalidade do plano de lutas do dia 25, destacando algumas ações mais urgentes, como a luta contra a Emenda 3 da Super-Receita. No próximo dia 23 de abril, segunda-feira, haverá uma nova jornada de mobilizações contra a Emenda 3. A iniciativa da convocação foi da CUT, Força Sindical e outras centrais sindicais.

A coordenação nacional da Conlutas aprovou a participação nas atividades, jogando peso nessa campanha. A nota publicada no site da Conlutas, afirma que é preciso “construir um amplo processo de mobilização, nas bases em que estamos, com paralisações, bloqueio de estradas e avenidas, manifestações de rua, etc.”.

Em São José dos Campos o Sindicato dos Metalúrgicos já decidiu que vai encaminhar junto aos trabalhadores a paralisação da GM, da Philips e de outras empresas da categoria. É importante uma postura firme das entidades, no sentido de discutir com os trabalhadores a necessidade da mobilização para defender os direitos trabalhistas ameaçados por esta emenda.

“Nossa luta contra a Emenda 3 é também a luta contra o governo!”
A Conlutas também declarou que a CUT, a Força Sindical e outras centrais que eventualmente participem dessa campanha estão batalhando a manutenção do veto à Emenda 3, com um conteúdo de apoio ao governo Lula. em contrapartida, negociam com o governo e com o Congresso Nacional a substituição da emenda por um projeto de lei que também flexibiliza direitos.

Deve-se ressaltar, ainda, que a CUT e as outras centrais se omitem com relação à Super-Receita de conjunto. A Emenda 3 é apenas uma parte de um projeto que ataca direitos dos trabalhadores ao ameaçar os fundos previdenciários, colocando-os nas mãos do Ministério da Fazenda e deixando-os sujeitos à utilização para pagamento dos juros da dívida. Isso para dar apenas um exemplo. Essas centrais também se calam sobre a reforma da Previdência em curso e a reforma sindical e trabalhista, pois apóiam o governo.

“A nossa luta contra a Emenda 3 não tem o mesmo conteúdo das mobilizações que eles estarão fazendo. Nossa luta é também contra os demais ataques aos nossos direitos, que são realizados pelo Congresso Nacional e também pelo Governo Lula”, diz a nota da Conlutas. “As bandeiras que levantaremos, neste dia 23 de abril, portanto vão além do pedido de manutenção do veto. Não queremos a Emenda 3, mas também não queremos nenhum projeto de lei que venha substituí-la flexibilizando direitos da mesma forma”.

O ponto de unidade entre as mobilizações da conlutas e da CUT é a data, mas a coordenação atuará de forma independente, com suas próprias faixas, panfletos e notas à imprensa que esclareçam essas diferenças. O dia 23 de abril também servirá para divulgar o calendário de lutas votado no dia 25 e agregar mais lutadores às atividades.

Com informações de www.conlutas.org.br