Atos nas capitais defendem uma candidatura socialista para as eleições em 2010Enquanto o PSOL intensifica suas negociações com o PV para 2010, o pré-lançamento da candidatura de José Maria de Almeida à presidência mostra o espaço de uma opção socialista e claramente de classe para as próximas eleições. Iniciada na capital paulista no dia 13 de novembro, a série de atos de pré-lançamento que ocorreu em algumas capitais reuniu, até agora, algo em torno de 2 mil pessoas. A rodada de lançamento termina em Belo Horizonte, no próximo dia 11.

O lançamento da pré-candidatura do PSTU defendeu a necessidade de uma opção dos trabalhadores para as eleições. Uma alternativa de classe à falsa polarização entre PT e PSDB. A antecipação do debate eleitoral por um lado, com o lançamento da candidatura de Dilma Roussef pelo governo e José Serra (PSDB) pela direita, e a aproximação do PSOL à candidatura de Marina Silva por outro, forçou o PSTU a apresentar o nome de Zé Maria para a disputa do ano que vem.

Apoios
A pré-candidatura de Zé Maria sinaliza que, independente do PSOL, os trabalhadores terão uma alternativa de classe. Além da participação da militância do PSTU, marcaram presença nos atos de lançamento representantes de outras correntes e organizações, como a Pastoral Operária de São Paulo, LER-QI e correntes do próprio PSOL, descontentes com os rumos da atual direção do partido e as negociações com o PV. Dirigentes sindicais, como Neida de Oliveira, do CPERS no Rio Grande do Sul, também saudaram a pré-candidatura.

O grupo “Coletivo Marxista Revolucionário Paulo Romão”, um racha do Enlace (PSOL) formado principalmente por ativistas que atuam no Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio) divulgou nota de apoio a Zé Maria. “Num momento de crise financeira internacional, onde quem paga o preço são os de baixo, os trabalhadores, os sem-terra, os sem-teto, a juventude, precisamos eleger para presidente um companheiro que não tenha nenhum compromisso com as classes dominantes, nacional e internacional. E o único que reúne essas condições é o companheiro José Maria”, afirma a nota.

O coletivo, cuja maior parte dos militantes permanece no PSOL, ainda faz um apelo ao partido para que não avance a articulação com o PV. “Esperamos que o PSOL não faça a opção por uma aventura eleitoreira, repetindo os passos do PT e não apóie a candidatura Marina Silva, pois o caminho fácil certamente é aquele que levará a capitulação perante os donos do capital”.

Além dos atos nas capitais, que contou com transmissão online ao vivo no caso de São Paulo e Rio, o lançamento da pré-candidatura contou com a publicação de uma edição especial do Opinião Socialista, com tiragem de 20 mil exemplares.

Chamado à Frente permanece
O lançamento da pré-candidatura do PSTU não visa, porém, substituir o chamado à Frente Socialista e Classista, mas antes reforçá-lo. Essa frente incluiria um programa socialista para que os trabalhadores tenham salários e empregos decentes. Isso significa avançar para a ruptura com o imperialismo e a expropriação dos bancos e multinacionais que controlam o país. Significa também não ter alianças com nenhum setor da burguesia, à semelhança das coligações do PSOL com o PSB da família Capiberibe no Amapá e o PV de Porto Alegre durante as eleições de 2007, além de recusar financiamento de empresas como a Gerdau.

Os últimos movimentos da direção do PSOL, porém, apontam no sentido contrário.