Decisão da conferência eleitoral do partido abre brecha para alianças com inimigos dos trabalhadoresO PSOL realizou, no último fim-de-semana de março, sua Conferência Eleitoral. Neste evento, a maioria da direção nacional do PSOL, formada principalmente por MTL, MES e APS, aprovou uma resolução que abre brechas para coligações com partidos (ou setores de partidos) minoritários da burguesia.

Segundo a resolução, o PSOL buscará, além do PSTU e do PCB, atrair para uma frente eleitoral “setores sociais e partidários que estejam em contradição com o governo e a velha direita, inclusive com as forças majoritárias dos partidos que fazem parte” (extraído da resolução eleitoral do partido).

Esta parte da resolução, embora não cite expressamente, serve para referendar a política da direção do PSOL do Rio Grande do Sul de realizar uma coligação, em Porto Alegre, com o Partido Verde (PV) – partido burguês, muitas vezes utilizado como uma legenda de aluguel da burguesia – que inclusive teria direito a indicar a candidatura à vice-prefeitura na chapa da deputada federal Luciana Genro (PSOL/RS).

O PV integra o governo Lula, através do ministro da Cultura, Gilberto Gil. Na cidade do Rio de Janeiro, lançou a candidatura de seu deputado federal Fernando Gabeira à Prefeitura, apoiada nada mais nada menos pelos tucanos do PSDB. Em Porto Alegre, não é diferente, pois o PV já foi parte do secretariado do atual prefeito José Fogaça (PPS-RS) e, nas últimas eleições, indicou o vice na chapa do PP (partido de Maluf).

O pior é que este mesmo cenário pode se repetir em outras cidades. Afinal, lideranças do PSOL estão estabelecendo negociações com representantes de partidos como o PDT, PPS e PSB pelo menos nas cidades de Maceió e Macapá.

A frente eleitoral com o PV em Porto Alegre e as negociações com frações de partidos burgueses, em curso em algumas cidades, é um grave erro de princípios da maioria da direção nacional do PSOL, pois a aliança com partidos burgueses em pleitos municipais foi o início do processo de descaracterização do PT, a partir do final da década de 1980.

O PSTU chama a maioria da direção nacional do PSOL a rever esta posição. Esta resolução levará fatalmente a ruptura da Frente de Esquerda em Porto Alegre, pois nosso partido não aceitará participar de uma frente eleitoral com o PV. Da mesma forma, se essa política for estendida para outras cidades, não restará outro caminho para o nosso partido, pois não integraremos frentes eleitorais de colaboração de classe.

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