Conversas foram retomadas nesta sexta e seguem indefinidas sobre o retorno de Zelaya. Comunicado da Frente de Resistência denuncia manobras de golpistasA Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe e o presidente deposto Manuel Zelaya convocaram a população para realizarem atos e protestos na capital, Tegucigalpa, onde estão reunidos os representantes de Zelaya e dos golpistas, negociando um acordo final. “Faço um chamado à resistência para que venham o mais rapidamente possível para Tegucigalpa, para pressionar os golpistas a permitirem o restabelecimento da ordem constitucional”, disse Zelaya, nesta quinta-feira, dia 15, após mais uma rodada de negociações.

A Frente de Resistência denunciou as manobras dos golpistas para manter-se no poder e chamou a população a incorporar-se às ações de resistência em todo o país. Em um comunicado oficial, a frente informa que não aceitará nenhum acordo que não garanta o retorno de Zelaya e analisa “falta de vontade política” dos golpistas em encontrar um acordo. Segundo o texto, o governo de Micheletti estaria ganhando tempo, para conseguir legitimidade através das eleições de novembro.

O texto ainda denuncia campanhas desinformativas do governo, para “tentar burlar a vontade popular”, em uma referência ao controle dos meios de comunicação e ao uso político da conquista da vaga na próxima copa do mundo de futebol. Entre as mentiras do governo, está a de que o Estado de Sítio teria sido abandonado.

Negociações
Ainda que as negociações ocorram em segredo, ambas as partes admitiram que não há acordo sobre o retorno de Zelaya à presidência, o sexto ponto do Acordo de San José. Os golpistas querem adiar a volta de Zelaya para depois das eleições de 29 de novembro, legitimando o golpe.

Nesta quinta-feira, após um dia inteiro de negociações, representantes do governo golpista pediram 12 horas de adiamento do prazo final estipulado por Zelaya. Assim, as conversas foram retomadas em Honduras por volta das 10h30 (13h30 em Brasília), tendo às 12h (15h de Brasília) como prazo final para um acordo.

Defesa da Assembleia Constituinte
Na terça-feira, dia 13, um dos negociadores abandonou a mesa, segundo o jornal “El Libertador”, que apóia a volta do presidente deposto. Juan Barahona, dirigente da Resistência Popular contra o Golpe de Estado abandonou a mesa de discussão, afirmando que não está disposto a assinar em baixo da renúncia da proposta de Assembleia Nacional Constituinte, como propõe o acordo de San José”. Ele afirmou que participava das negociações em nome da Frente Nacional de Resistência, que exige a volta de Zelaya e a convocação da Constituinte. Segundo Barahona, “a Constituinte não se negocia con golpistas, porque é uma bandeira resultado de mais de 100 dias de resistência e que significou mortes, sangue, dor e luto da família hondurenha.

  • Leia o comunicado da Frente Nacional da Resistência em Honduras