Quando fechávamos esta edição, um carro bomba destruiu a sede da ONU em Bagdá, matando o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, máxima autoridade desta organização no Iraque. Apesar de Bush tentar convencer o mundo de que a situação no Iraque está sob controle, a explosão do gasoduto e agora da sede da ONU – que reconheceu o governo fantoche criado pelos EUA – demonstra que a resistência segue viva.

As ações da guerrilha já deixaram mais de 60 mortos em combates e 70 em “acidentes”, espalhando um clima de quase pânico nas tropas. Soldados deram entrevistas denunciando seus superiores por não estarem a par do que realmente acontece no Iraque pois estão “em seus gabinetes refrigerados”.

Mas o que mais apavora os responsáveis pelas forças imperialistas é que existe um amplo apoio popular às ações contra a ocupação. Em meio ao calor de 50º, empresas norte-americanas que saqueiam o petróleo são incapazes de garantir a energia ou o serviço de água e esgotos. A falta de combustível, o desemprego de milhares e a prisão de civis têm levado à indignação popular.

O fantasma do Vietnam

A fraude sobre as “armas de destruição massiva” gerou o desgaste de Bush que solapa a justificativa para manter a ocupação: o apoio à guerra caiu de 86 para 54% nos EUA. Familiares organizam protestos exigindo a volta dos soldados e criaram a rede Bring them home now (traga-os para casa agora) com centenas de adesões.
A combinação entre guerrilha no Iraque e protestos nos EUA levou Rumsfeld a responder às comparações com o Vietnam: “É um lugar diferente”.

O sonho de Bush de posar como o libertador do Iraque está se transformando num pesadelo.
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