Mesmo ‘autorizada´, a marcha do 1º de Maio haitiano foi reprimida pela políciaNesta sexta-feira, 1°de maio de 2009, o governo de René Préval e Pierre Louis revelou finalmente sua verdadeira natureza, deixando de lado sua máscara democrática para expor o que é de fato: protetor da burguesia haitiana.

Reprimiram o direito mais legítimo dos trabalhadores de se manifestar, que foi violentamente executado pelas forças especiais Cimo da polícia. Nossa manifestação de milhares de pessoas, operários, trabalhadores, militantes universitários, desempregados, marginalizados de todo tipo, excluídos, reagrupando-se pela primeira vez num “Coletivo para Outro Primeiro de Maio”, se viu ameaçada, intimidada, atacada e esmagada.

Duas pessoas feridas. Algo muito pior, porém, poderia ter ocorrido com o pânico provocado pelos tiros dessas forças especiais proibindo o acesso à praça central. Por volta do meio -dia, quando a manifestação quase chegava à praça Central, o movimento, cuja potência claramente crescia, teve que se enfrentar com esses agentes da “ordem” vestidos com uniformes de guerra.

A coordenação do coletivo conseguiu forçar uma negociação, que foi transmitida por rádio aos oficiais superiores das forças repressivas. Disseram que o percurso tinha sido notificado e “aceitado”. Pudemos então seguir, mas para imediatamente sermos detidos na próxima esquina, sob a proibição de dar sequer um passo em frente. Caíram então sobre nós os gases e em seguida os tiros.

Sucedeu um pânico geral. Vários trabalhadores vindos de aéreas rurais encontravam-se na capital pela primeira vez. A manifestação dos trabalhadores e dos setores populares tinha sido então detida e dispersada

Tudo isso foi realizado para evitar um encontro entre nossa manifestação e o desfile de sindicalistas “amarelos”, cooptados. Também não nos deixaram prosseguir para não deixar nossa manifestação chegar a Bel-Air e somar forças com outras pessoas que estavam nos esperando.

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