A Jornada de Lutas em defesa da educação, realizada pelo movimento estudantil e o MST, além de entidades como o Andes, foi marcada pela brutal repressão policial. Na madrugada do dia 22, durante uma ocupação pacífica na Faculdade de Direito da USP, a tropa de choque foi acionada e retirou de forma violenta mais de 300 manifestantes.

Alguns ativistas foram agredidos no momento da invasão policial. A desocupação ocorreu sem mandado judicial e contou com a presença do próprio secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão e o secretário de Justiça, Luiz Antonio Marrey, mostrando que a violência contra os estudantes foi comandada pessoalmente pelo governador José Serra.

Outro caso de violência que expressa bem a política de repressão contra os movimentos sociais ocorreu em Belo Horizonte. No dia 22, após uma manifestação pacífica, cerca de 250 estudantes e ativistas dos movimentos sociais ocuparam simbolicamente o prédio da Companhia Vale do Rio Doce.

No entanto, a polícia foi chamada e, instada por advogados da Vale, desocupou o prédio levando 136 pessoas presas, incluindo 27 menores de idade. “A polícia de Aécio Neves tratou a gente como bandidos, tentando nos enquadrar em crimes como depredação, e cárcere privado”, afirma Leandro Soto, da Conlute e da Secretaria Nacional da Juventude do PSTU, um dos detidos. “Apesar de se colocar como organizadora da Jornada, a UNE não estava no ato e deixou os estudantes à própria sorte”, completa Soto.

A maioria dos detidos foi liberada, mas cinco lideranças ficaram presas durante quase dois dias e só saíram mediante pagamento de fiança de R$ 380.

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