Reginaldo e Priscila com os filhos no Pinheirinho

Aproveitamos a relativa calma da quarta-feira, 18, para passear pelo Pinheirinho e conhecer melhor seus moradores. O cartunista Carlos Latuff nos acompanhava e postava fotos dos lugares por onde passávamos em seu Twitter. Ele veio do Rio de Janeiro especialmente para visitar o bairro, um apoio muito importante para aquela população.

Voltamos à casa de , contou Priscila.

No pequeno rancho da família, também tem mandioca, melancia, cebolinha, banana entre outras plantas. Eles vivem disso e da reciclagem, atividade muito comum no Pinheirinho. Priscila contou que o filho Pablo é muito inteligente. Tentando imitar o trabalho do pai, ele brinca com a enxada. Ela mostrou umas pedras que enfeitam o jardim de brinquedos que foram colocadas por Pablo. “Perguntei para ele ‘o que você está fazendo?´ E ele disse ‘é pra ficar bonito, mae´.”

Perguntamos como tinham passado a noite de segunda para terça, quando quase aconteceu a invasão. “Eu lembrei muito de vocês, pensei ‘eles devem estar lá na frente´. O Reginaldo foi lá, mas não viu vocês. Também, era muita gente”, comenta Priscila.

Ela contou que ficou com as crianças na igreja, local destinado para resguardar as crianças, os idosos e os deficientes no momento da invasão. “Como foi na hora que você recebeu a notícia?”, perguntamos. “Nossa, foi uma choradeira só, aquele monte de mães”, respondeu.

Pâmela parou de chorar. “Ela sente, eles sabem que tem alguma coisa ruim acontecendo”, lastimou Priscila.

Nós nos despedimos e seguimos andando. O Pinheirinho é grande e ainda havia muitas ruas para percorrer.