Não é apenas no Iraque que crimes contra a população civil são cometidos pelas forças ocupantes. As tropas do exército brasileiro, que lidera a Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), também cometem inúmeras violações no país caribenho. Um grupo de organizações de defesa dos direitos humanos está denunciando o Brasil na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) por participação ativa e omissão em chacinas no Haiti. De acordo com petição entregue à comissão, “aqueles mortos pelas forças da Polícia Nacional Haitiana e pela Minustah incluem uma longa lista de homens, mulheres e crianças desarmados. Nenhum esforço foi feito para reduzir as mortes de civis e transeuntes. Em muitos casos, essas vítimas não são “dano colateral“ das operações, acidentalmente surpreendidas em fogo cruzado, mas intencionalmente visadas e mortas pela polícia e/ou forças da Minustah“.

Eles também denunciam um massacre realizado no dia 6 de julho de 2004, no qual a Minustah é apontada como responsável por pelo menos cinco mortos. A maioria teria recebido tiros na cabeça. Uma outra ação dos capacetes azuis teria resultado na morte de um haitiano em cadeira de rodas.

É abominável o papel que as tropas brasileiras cumprem no Haiti. Sem condições de sustentar uma outra frente militar, Bush terceirizou os serviços da ocupação ao governo brasileiro. Como no Iraque, os resultados do serviço sujo prestado por Lula começam a surgir. Os movimentos sociais, as entidades democráticas e todos aqueles comprometidos com a luta popular não podem ficar calados diante desses fatos. É preciso denunciar mais essa ocupação colonial e exigir a retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti. O PSTU chama todas as entidades e lutadores a fazerem esse chamado.

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