Em todo o país, os estudantes foram à luta contra o Reuni, realizando dezenas de mobilizações e ocupando reitorias contra sua implementação. É a resposta do movimento estudantil independente e combativo ao violento ataque que o governo Lula faz às universidades públicas.

O Reuni pretende adequar as universidades públicas aos reclames do mercado. O projeto prevê uma reestruturação que, em nome de uma maior ampliação da universidade, determina uma série de mudanças que precarizam ainda mais as condições de ensino, pesquisa e trabalho nas instituições. Caso seja implementado, as universidades se transformarão em verdadeiros escolões de terceiro grau. O número de estudantes na federal de Alagoas, por exemplo, aumentaria em 80%, mas nenhum professor seria contratado para atender à demanda.

O governo tenta impor de forma autoritária o projeto por meio de um Decreto. Os reitores, por sua vez, estão correndo para aprovar o Reuni em reuniões dos Conselhos Universitários, em que lançam mão de manobras e golpes para impor o projeto. Por isso, muitas das atuais ocupações começaram justamente após essas fraudulentas reuniões.

Ocupações se alastram
Na UFRJ, a ocupação da reitoria se iniciou no último dia 18, depois que o Conselho Universitário tentou aprovar o Reuni. Cerca de 500 estudantes protestavam contra o projeto quando a reitoria chamou a votação. “Nossa reação foi de subir no palco para impedir que a votação acontecesse. Alguns conselheiros agrediram os estudantes. No meio da confusão o reitor mandou que os conselheiros levantassem os braços para aprovar o projeto. Meia dúzia de conselheiros levantou os braços e a reitoria, então, considerou que o Reuni tinha sido aprovado”, informou Roberta Maiane, estudante de História da UFRJ.

Também foram ocupadas as reitorias da UFBA (Bahia), UFPR (Paraná), Unifesp (Guarulhos), Ufscar (São Carlos) UniRio e Universidade Rural (ambas no Rio de Janeiro). Também ocorreram ocupações na Universidade Federal de Juiz de Fora, na UFCE (Ceará) e na UFF (Federal Fluminense), mas os estudantes foram brutalmente desalojados pela tropa de choque e pela Polícia Federal. Em Goiás (UFG) também houve repressão. A reitoria foi desocupada por um forte aparato policial depois que a universidade tentou aprovar por duas vezes o Reuni.

Generalizar ocupações
Os estudantes estão dando uma enorme demonstração de resistência. As ocupações também enfrentam diretamente a UNE governista, que defende o Reuni e apóia as manobras dos reitores. É mais uma prova da falência dessa entidade pra luta.

Logo após a marcha a Brasília, em 24 de outubro, a Conlute realizou uma plenária de estudantes que aprovou um calendário de lutas em defesa da universidade pública. Entre os dias 6 e 11 serão realizadas mobilizações contra o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O dia 13 de novembro será um Dia Nacional de Lutas contra o Reuni.

É preciso, agora, utilizar as ocupações de reitorias como método de ação na luta contra o Reuni. Como foi entoado na marcha a Brasília pelos estudantes da Conlute, “o Reuni neoliberal não vai passar em nenhuma federal”.

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