Estudante de economia é agredido pela PM
Zulmair Rocha / Aduff

Gás lacrimogêneo e de pimenta, cães e cassetetes. A Reitoria da Universidade Federal Fluminense, em Niterói chamou a PM para reprimir o protesto pacífico dos grevistas, na terça, 25/10. Os manifestantes foram violentamente espancados. O estudante de econoEra para ser mais uma manifestação pacífica dos técnicos-administrativos, estudantes e professores da UFF, em greve há dois meses. A ADUFF e o DCE participavam do protesto marcado pelo Sintuff para às 9h, no campus do Valonguinho. Chamada pela Reitoria da UFF, a PM reprimiu com violência a manifestação. Gás de pimenta, gás lacrimogêneo e cães foram usados contra os manifestantes que foram espancados pelos policiais.

Manifestantes ocupam reitoria
Indignados com a atitude da reitoria, os manifestantes seguiram para o gabinete do reitor da UFF, Cícero Fialho, e ocuparam o local. Ainda no meio do protesto, o reitor admitiu que mandou chamar a polícia mas não esperava esse resultado. Para o diretor da ADUFF Juarez Duayer o que aconteceu foi uma selvageria. “Não havia tumulto. Eu estava lá desde a manhã. Fomos surpreendidos com a violência da polícia. Os policiais foram chamados pelo reitor e saíram de dentro do campus da UFF, eu nem sei como. É absurdo. O estudante agredido nem era grevista e foi à universidade para assistir aula. Mas também ficou revoltado com a ação da polícia e por isso protestou!“, declarou o dirigente.

Polícia não entra mais na UFF!
No dia seguinte, a reunião do Conselho Universitário (CUV) foi ocupada por estudantes, professores e técnicos-administrativos, para protestar contra a violência e a entrada da PM na universidade. A decisão tomada pelo CUV foi quase unânime: dirigentes universitários não poderão autorizar a entrada de forças repressivas (Polícia Militar e Polícia Civil) nos espaços da universidade. Por volta das 16h30, do mesmo dia, o reitor da UFF, Cícero Fialho, assinou a decisão. O CUV também determinou a abertura de sindicância para apurar a violência policial cometida contra os grevistas na terça-feira, recomendando o afastamento do superintendente administrativo Mário Augusto Ronconi, de quem partiu a orientação para a invasão do campus.

O tom da reunião foi de indignação. Mesmo conselheiros contrários à greve não pouparam críticas à ação da PM. Sidênia Alves de Alencar Mendes, diretora da escola de Enfermagem da UFF, chegou a sugerir o impeachment do reitor Cícero Fialho. A proposta, contudo, não foi apreciada.