Há 19 dias os estudantes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista, decidiram radicalizar e ocuparam um prédio público na Instituição. De lá para cá, a Administração Central tem tentado isolar o movimento, fazendo vistas grossas para a ocupação.

Como forma de retaliar os estudantes, que reivindicam a construção imediata da Residência Universitária, trancaram os vestiários para inviabilizar os banhos, tem adotado as velhas práticas de perseguição aos estudantes, além de não assumirem a afixação de faixas anônimas colocadas com o intuito de dividir o movimento. Encurralados pela dimensão que o movimento tomou, após três semanas de luta e resistência, a Reitoria decidiu convocar uma reunião para discutir Residência e Restaurante Universitário com os discentes.

Com o auditório lotado – cerca de 500 estudantes – e repleto de faixas com dizeres, “Contra a especulação imobiliária e ao cartel de pensionatos. Residência Universitária Jᔠe “Não a privatização da educação. Contra a Reforma Universitária do Governo Lula e do FMI”, a Reitoria iniciou apresentando dados sobre a Universidade – muitos deles falsos. Depois de mais de uma hora e meia de explanação, o Reitor, vergonhosamente, apresentou as mesmas propostas ditas há quase um mês atrás: Restaurante em dezembro e Residência somente em 2005.

A estudantada, logo nas primeiras falas, rechaçou todas as falácias do Reitor, principalmente, a mais esdrúxula de todas: construção da Residência em parceria com as prefeituras da região, que, diga-se se passagem, a maioria delas, ligadas ao PFL, estão sendo acusadas de improbidade administrativas por desvios de verbas do Fundef e alguns prefeitos estão tendo mandatos cassados.

Uma tentativa de golpe no movimento, que vaiou o Reitor, que, acuado, teve que sair pela porta dos fundos. Uma hora depois, os estudantes deram uma bela resposta a incompetência da Administração e trancaram os portões da Universidade por quase duas horas, denunciando a enganação da Reitoria, que, sequer se pronunciou com relação à ocupação.

A tendência é a radicalização total do movimento que, marcou para o próximo dia 14, uma inauguração simbólica do Restaurante Universitário – atrasado há mais de 450 dias – com uma grande feijoada na Reitora.

FONTE: Comissão de Mobilização Estudantil