Rebeca Monteiro, do PSTU-ABC

 Rebeca Monteiro (PSTU ABC)

Todo ano é sempre a mesma coisa. A passagem aumenta, mas o nosso salário não acompanha”. Essa foi uma das frases ditas no dia 16 de janeiro durante o ato contra o aumento das tarifas em São Bernardo do Campo.

Mal começou o ano, os moradores do ABC foram surpreendidos com mais um aumento da tarifa do transporte público. Nas cidades de Santo André e São Bernardo, a tarifa de ônibus agora é R$ 4,75. Em Diadema, a tarifa passou a custar R$ 4,65 e na cidade de São Caetano R$ 4,50! Se não bastasse isso, a Metra, empresa que opera o corredor de ônibus e trólebus, entre o ABC Paulista e as zonas Leste e Sul de São Paulo, também aumentou a tarifa para R$ 4,80.

O aumento na região do ABC aconteceu na mesma semana que o Governador João Dória e o Prefeito Covas, ambos do PSDB, aprovaram o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem de São Paulo.

O aumento ainda veio acompanhado de mais precarização, há dois anos as empresas de ônibus demitiram todos os cobradores, os coletivos estão em péssimas condições, e a superlotação e os atrasos são constantes.

Este aumento é mais um exemplo da verdadeira guerra social contra a população pobre.  Na região do ABC há mais de 233 mil pessoas desempregadas, o equivalente às populações de São Caetano e Ribeirão Pires. Isso torna não apenas torna essa tarifa absurda como impossível de ser paga por quem realmente precisa do transporte coletivo.

Não há justificativa para essa situação! A prefeitura de São Bernardo do Campo, por exemplo, tem a previsão de gerenciar mais de R$ 5 bilhões em seu orçamento no ano de 2019*, parte deste dinheiro tanto deveria como poderia ser investido para modificar a mobilidade na cidade e alternativas para o modelo rodoviário. No entanto, a prefeitura preferiu renovar por mais de 30 anos a concessão para a empresa SBCTrans (São Bernardo Consórcio de Transportes), pertencente à família Baltazar José de Souza, que forma o oligopólio do transporte em várias cidades da região.

Na verdade, o aumento da tarifa trata-se de mais uma demonstração do comprometimento dos grandes partidos e prefeitos com a garantida do lucro dos grandes empresários que os financiam durante as campanhas eleitorais. Por isso esses governos tornam a vida dos trabalhadores cada vez mais difícil ao retirar e reduzir nossos direitos básicos, como o direito a um transporte realmente público e de qualidade.

Mas não podemos e não vamos aceitar esse aumento. É preciso se organizar nas escolas, sindicatos, comitês e bairros contra esse absurdo!  Todas as cidades do ABC estão organizando atos contra o aumento da tarifa, o próximo ato será dia 25 em Santo André.

Todos devem ter o direito à locomoção, com um sistema de transporte verdadeiramente público. Por isso, o PSTU defende a estatização de todo o sistema de transporte, sem nenhuma indenização para as empresas e que o lucro seja revertido para a melhoria e ampliação das linhas.

Contra o aumento da tarifa!

Passe livre Irrestrito para estudantes e desempregados!

Redução da tarifa rumo à tarifa zero!

Estatização dos transportes públicos!

Transporte coletivo não é mercadoria!

*Lei nº 6.738/2019 – LOA 2019 de São Bernardo do Campo.