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Redação

Com o governo acuado e o Congresso Nacional cada vez mais desmoralizado, a estratégia de Temer e a sua quadrilha é mostrar serviço à burguesia. Para isso, quer votar às pressas a reforma trabalhista no Senado, abrindo o caminho para a votação da reforma da Previdência.

O acordo estabelecido pelo governo e a oposição no Senado previa a tramitação da reforma em três comissões: Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em que foi aprovada por 14 votos a 11 nesta terça, 6, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), cujo relator é o mesmo da CAE, Ricardo Ferraço (PSDB) e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Com o recrudescimento da crise política, o início do julgamento da chapa Temer-Dilma no TSE e a expectativa de uma nova denúncia contra o presidente no STF, o governo quer atropelar, não votar a reforma na CCJ e levar direto ao plenário do Senado em regime de urgência.

Temer fez um acordo com o Senado, em que promete vetar alguns pontos do projeto aprovado na Câmara, como os 15 minutos de almoço, a jornada intermitente e o trabalho de mulheres grávidas em locais insalubres, mas o grosso da reforma continua lá“, explica Luiz Carlos Prates, o Mancha, que vem acompanhando pela CSP-Conlutas a tramitação da reforma no Congresso. Temer prometeu que iria vetar esses pontos, mas nada garante que nem isso faça.

O governo está desesperado e busca mostrar serviço para os banqueiros e empresários, mostrando que é ainda capaz de aprovar as reformas trabalhista e da Previdência“, afirma Mancha. “É um absurdo que esse governo e esse Congresso Nacional formado por bandidos ainda busquem retirar direitos e a aposentadoria dos trabalhadores”, indigna-se. “A saída é a Greve Geral, vamos fazer uma forte greve para enterrar de vez esse governo e as reformas“. As centrais sindicais definiram o dia 30 de junho como um novo dia de Greve Geral.

Reforma trabalhista é votada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado

Nenhuma negociação!
À medida em que avança com um trator a reforma trabalhista no Senado, o governo resgatou o Conselho Nacional do Trabalho, instância que reúne representantes dos trabalhadores, do empresariado e do governo. A ideia é que o conselho discuta a reforma e, depois de aprovada no Congresso, indique vetos a Temer. É um absurdo que as centrais sindicais aceitem participar desse fórum, cujo objetivo nada mais é que atrelar os trabalhadores a esse projeto e dar legitimidade ao governo e seus ataques.

Não podemos aceitar qualquer negociação com nosso direitos trabalhistas e aposentadoria. A hora é de ir às ruas e preparar uma grande greve no dia 30. “Vamos fazer uma grande Greve Geral, superior ao do dia 28, superior à manifestação em Brasília, para botar abaixo as reformas, esse governo e todos os corruptos“, resume Mancha.

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