Se associamos as mudanças que estão sendo negociadas às posições e concepções políticas e sindicais que vêm sendo assumidas pela direção da CUT (é a única das centrais sobre a qual vale a pena debater) temos um quadro mais acabado.
A direção sindical que está negociando estas mudanças é a mesma que foi pioneira nos acordos de flexibilização, de banco de horas e de contratação temporária. É a mesma direção que negociou um acordo como o que foi feito com os bancos para a concessão dos chamados empréstimos consignados em folha de pagamento e que tem um presidente que se presta a posar de garoto propaganda de uma universidade privada.
Enfim, é a mesma direção sindical que está comprometendo completamente a autonomia da nossa central frente ao governo, a ponto de ter a postura que teve perante a contra-reforma da Previdência e à greve dos servidores federais ocorrida no ano passado. Todos sabemos onde isso vai dar….
Poder total para a cúpula será o primeiro passo para posterior imposição da flexibilização eufemismo para a retirada dos direitos trabalhistas, como férias, 13º salário, licença maternidade, descanso semanal remunerado, etc, etc.
Isto será feito mediante não apenas contra-reforma constitucional, mas também através de mudanças infra-constitucionais e acordos coletivos.
Post author José Maria de Almeida,
Presidente do PSTU e membro da Executiva da CUT
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