A situação na Europa nos lembra que a crise econômica mundial iniciada no final de 2007 ainda não terminou. Países como Grécia, Portugal e Espanha estão à beira do colapso fiscal, resultado de uma política de pesados benefícios e subsídios ao capital financeiro. Agora, os governos de ocasião tentam jogar o peso da crise nas costas dos trabalhadores. Impõem pacotes de cortes, arrocho fiscal e reforma trabalhista, como forma de conter a falência e continuar seguindo sua política econômica.

Esse é o roteiro seguido por praticamente todos os países da União Europeia. Dentre essas medidas, a principal delas é a reforma da Previdência. Como forma de conter os gastos, os governos estão tentando impor reformas que alongam o tempo de contribuição e a idade mínima para a aposentadoria. Mas isso não se dá sem resistência. No dia 23 de setembro, cerca de 3 milhões trabalhadores e estudantes franceses saíram às ruas em todo o país para protestar contra o ataque do governo Sarkozy. No final do mês será a vez da Espanha e, na Grécia, os trabalhadores tentam retomar a mobilização que parou o país no primeiro semestre.

E o Brasil?
Por aqui, os últimos meses de crescimento econômico dão a falsa sensação de que a crise já foi embora. Ideia essa muito explorada pelo governo e o conjunto da mídia. Os ventos que sopram do velho continente, porém, podem colocar abaixo essa manipulação. Cedo ou tarde, a crise causada pelo débâcle fiscal dos países ricos vai se refletir no Brasil. Basta pensarmos que grandes setores da economia nacional estão nas mãos de multinacionais daquela região, como é o caso do Santander no setor bancário.

O tão propalado crescimento econômico sustentado, ademais, não é menos fantasioso. As famílias estão endividadas, os rendimentos não crescem na mesma proporção que os lucros das empresas e o próprio governo reconhece que o déficit externo atinge níveis preocupantes. Em 2011, o Brasil vai ter um déficit de 60 bilhões de dólares, ou seja, vão sair 60 bilhões a mais do que vão entrar no país. Uma nova crise se avizinha e o governo, assim como sua candidata Dilma, sabem muito bem disso. E já preparam novos ataques para o próximo governo.

Segundo o jornal O Globo, a equipe econômica do governo estaria já elaborando um novo projeto de reforma da Previdência para ser aprovado por um futuro governo Dilma. Tal reforma nada mais seria que impor uma idade mínima ao setor privado, assim como alongar ainda mais o tempo de contribuição. Seria nada mais que ressuscitar o projeto de reforma que o governo Lula já tentou impor anos atrás.

Não é por menos que veículos da mídia, como a revista Istoé desta semana, já comemoram as expectativas de que o próximo governo conte com ampla maioria governista tanto na Câmara dos Deputados como no Senado. Seria a condição perfeita para impor as reformas como a da Previdência.

Já que o governo aqui imita os governos europeus, não vai nos restar outra alternativa que não seguir o exemplo dos trabalhadores e da juventude europeia, que saem às ruas e fazem greve contra esses ataques. Até lá vamos denunciar essa nova reforma e mostrar que um governo Dilma não vai ser diferente do que foi Lula ou FHC.

Ao mesmo tempo, assim como votar no PSTU para presidente é um voto de protesto contra essa política econômica, eleger parlamentares socialistas no Congresso é ajudar a construir um dique para impedir que essa reforma passe. Assim, nessas eleições, o voto contra a reforma da Previdência, o fator Previdenciário e em defesa das aposentadorias, é o voto no PSTU, é o voto no 16.

  • Visite o site Zé Maria Presidente