Apoiar o funcionalismo e derrotar a reforma nas ruasA proposta de reforma da Previdência do governo Lula defendida pelo ministro Berzoini – de forma nada transparente, diga-se de passagem – é em tudo igual à de FHC.

Por isso tem o apoio dos banqueiros, da Fiesp, do FMI e da mídia, que já está em mais uma campanha de satanização do funcionalismo público.

A lógica da reforma é transferir a arrecadação bilionária da Previdência para o sistema financeiro e fundos de pensão. Uma privatização para deixar no chinelo as entregas da Telebrás e do setor elétrico.

É tudo tão escandaloso que a reforma, se passar, além de arrancar direitos dos trabalhadores e ameaçar a aposentadoria de todos, causará um rombo sem precedentes nas contas públicas. O governo deixará de arrecadar o que arrecada hoje, transferindo a parte do leão para o sistema financeiro e tendo que sustentar as aposentadorias hoje existentes com uma arrecadação inferior.

O governo quer começar a reforma votando no Congresso o PL-9 (projeto de FHC), que acaba com a aposentadoria integral dos novos servidores e impõe a aposentadoria complementar privada.

A aposentadoria integral é um direito que deveria ser estendido a todos os trabalhadores. Escândalo não é o funcionalismo conseguir se aposentar com o salário da ativa. Escândalo é os trabalhadores do setor privado não terem tal direito.
Os funcionários públicos querem manter seus direitos e os trabalhadores do setor privado querem o retorno dos seus. Exigem a revogação das reformas de FHC: fim da emenda 20, fim do fator previdenciário, a volta do tempo de serviço… e também a extensão de direitos como a aposentadoria integral. E os do setor informal precisam ter direitos.

O governo Lula está fazendo o oposto: está se propondo a concluir as reformas de FHC.
O funcionalismo público federal, em plenária realizada dia 18, votou uma campanha contra essa reforma e irá à greve de imediato, caso o PL-9 tramite no Congresso.

Todos devem encampar a luta contra essa reforma!

O PSTU estará na linha de frente dessa luta, à disposição dos servidores e em campanha para ganhar o conjunto dos trabalhadores para derrotar nas ruas mais essa reforma do FMI e dos banqueiros.

Continuamos afirmando que, sem ruptura com a Alca e o FMI, o governo dará continuidade piorada ao projeto de FHC. Por isso, chamamos a esquerda do PT a romper com o governo e vir construir uma organização alternativa, que faça oposição de esquerda ao governo Lula.

Não concordamos com aqueles que dizem que a derrota do governo seria a derrota de toda a esquerda. Afirmamos que Lula optou por aderir ao programa de FHC quando se dispôs a se submeter aos ditames do FMI. Se isso “der certo”, se Lula for vitorioso em impor a autonomia do BC, a reforma da Previdência etc., os trabalhadores serão derrotados e os banqueiros, vitoriosos.

É preciso derrotar esse projeto com mobilização. E é preciso forjar um partido de massas que seja expressão de um projeto de esquerda, anti-imperialista, de luta, de classe e socialista no nosso país.
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