Desemprego é recorde na Uniao EuropeiaA recuperação da economia mundial é frágil e ainda há riscos de uma nova recessão. O alerta parte da liderança do próprio G20, em carta assinada pelos presidentes dos países que já sediaram ou vão sediar os encontros de cúpula do grupo dos países mais ricos do planeta.

“As tensões atuais ilustram os riscos que persistem para a economia mundial e a estabilidade financeira”, diz trecho da mensagem firmada pelos presidentes dos EUA, Reino Unido, França, Canadá e Coreia do Sul. A carta, direcionada aos outros líderes do grupo, tem o objetivo de reforçar o compromisso adotado pelos países de reforma do sistema financeiro. “Sem uma ação coordenada para fazer os ajustes necessários, persiste o risco de um crescimento débil e uma nova crise”, diz a mensagem.

A carta, divulgada no dia 30 de março, lista os compromissos firmados pela última cúpula do G20, realizada nos EUA. Entre eles estão a definição de um marco regulatório para tratar do “capital e da liquidez dos bancos”, além da adoção de novos mecanismos de compensação que “reduzam os riscos de contágio” de uma possível quebra de determinada instituição financeira.

A próxima cúpula do grupo ocorre em junho, em Toronto, capital do Canadá e em novembro já há um novo encontro marcado em Seul. Apesar de o G20 ter criado em 2009 um Conselho de Estabilidade Financeira a fim de definir regras comuns para evitar novas bolhas, assim como novas turbulências financeiras, a tal reforma, cujo prazo era 2012, está praticamente empantanado.

Longe do fim
Enquanto isso, a recessão parece longe do fim. Além da difícil situação dos “PIIGS” (Portugal, Irlanda, Itália e Espanha), à beira da falência, a Europa como um todo parece bem longe da recuperação. Recentemente, a maior economia do continente, a Alemanha, foi obrigada a rever sua expectativa de crescimento para 2010, de 2% para apenas 1,7%.

Já a União Europeia bate recorde de desemprego. Em um ano foram mais de 3,1 milhões de postos de trabalho perdidos, elevando o índice de desemprego na região para 10%, o maior após a adoção da moeda única. A Espanha, por exemplo, sofre com uma taxa de 19% de desempregados, índice que chega a 40% entre a população jovem. Na Letônia, país do Leste que fez acordo com o FMI, a taxa de desempregados sobe para 21,7%.