Redação

No próximo dia 28, vamos parar o Brasil contra a reforma da Previdência, trabalhista e as terceirizações

À medida em que avança a mobilização da classe trabalhadora contra a reforma da Previdência, mais o governo Temer vê ameaçada sua pretensão de aprová-la nos próximos meses. A propaganda massiva que governo vem fazendo, com direito a terrorismo explícito com a ajuda da mídia burguesa, não vem surtindo o efeito desejado.

Levantamento do Estadão mostra que 256 dos 513 deputados são contrários à reforma. A maioria deles, 60%, da própria base aliada do governo. Hoje por hoje, a reforma não passa no Congresso, pois são necessários 308 votos para a sua aprovação. A “infidelidade” dos deputados, temerosos da reação do eleitorado, atinge o próprio PMDB e o PSDB.

Ao mesmo tempo, a ruptura do ex-presidente do Senado e líder da bancada do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) com Temer, com vistas no embarque de uma futura candidatura Lula, e o anúncio da saída do PTN (Podemos) da base do governo, dificultam ainda mais as negociações em torno das reformas.

Acuado, Temer anunciou que “autorizou” o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), a negociar modificações em torno a cinco temas: Benefício de Prestação Continuada (benefício pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda), aposentadoria rural, pensões e aposentadorias especiais de professores e policiais e a regra de transição. Temer aponta ainda recuar da equiparação entre a idade de aposentadoria entre homens e mulheres.

O recuo mostra que o governo sentiu as mobilizações do último dia 15 de março, e teme o que pode vir no dia 28 de abril, data em que as centrais convocam um dia de greve geral. Mostra ainda que o governo vem perdendo o debate em torno da reforma entre a população. Um governo envolvido até o pescoço em corrupção, com a chapa contestada no TSE e com um índice de aprovação abaixo dos 10% não tem qualquer legitimidade para propor qualquer ataque aos direitos.

Governo anuncia recuos da proposta de reforma da Previdência

Abaixo a reforma da Previdência, não às emendas!
Esse recuo do governo e o fato de que, por hoje, a reforma não passar no Congresso Nacional, mostram que é possível sim derrotá-la. Não faz sentido, assim, propor “emendas” que a tornem “menos pior”, como as apresentadas pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP). Mesmo essas emendas representam um duro ataque à aposentadoria.

Ao mesmo tempo, essa está longe de ser uma batalha ganha. O governo Temer vai realizar uma brutal contraofensiva para aprovar essa medida, que representa simplesmente seu compromisso máximo com os banqueiros. Vai abrir a torneira para irrigar emendas, distribuir ministérios e utilizar todo o arsenal fisiológico que dispõe. E tem ao seu lado os banqueiros, o conjunto da grande imprensa e a Justiça.

O dia 28 de abril, neste contexto, ganha ainda mais importância. É preciso construir por baixo um grande dia de greve geral, construir Comitês contra a reforma nos bairros, fábricas, universidades, e exigir das direções das centrais sindicais que se recusem a negociar qualquer emenda.