No centro de retenção de Vincennes, na frança, os reclusos resolveram iniciar uma greve de fome para protestar contra os maus-tratos e as condições subumanas a que são submetidos. Iniciado na quarta-feira, 20 de fevereiro, a ação deve durar quatro dias. AComunicado dos grevistas de fome do centro de retenção de Vincennes

Temos a honra de informá-los que vivemos uma situação muito difícil e catastrófica. Falta o mínimo, o alimento, os quartos sem aquecimento, não temos água quente, higiene, as provocações dos policiais e a coisa mais importante: a privação da nossa liberdade.

No centro de retenção, os quartos foram incendiados. Um Corão foi rasgado pelos CRS (Companhia Republicana de Segurança – Polícia Nacional). Não tivemos resposta satisfatória do procurador da república a nosso respeito.

Após o nosso testemunho, é como se nada tivesse ocorrido. Quando estamos doentes, os médicos nos dão apenas doliprane e cachets para dormir.

Tem-se 90% dos prisioneiros que são muçulmanos, eles servem-nos a carne não hallal. Após demasiado pedido e greves, ninguém nos ouviu. Há falta de cortesia, embora estejamos num centro de retenção e não penitenciário. Nós sofremos com isso e guardamos um sentimento de despeito.

Por todas essas razões, pedimos a todos os meios de comunicação que fiquem informados e escutem os testemunhos dos retidos. Exigimos a nossa libertação e começamos uma greve da fome que vai durar quatro dias. O nosso lugar não é aqui, mas lá fora.

Grevistas de fome do centro de retenção de Vincennes
Texto ditado ao telefone, de dentro do centro de retenção de Vincennes

Enviar mensagem de solidariedade para: [email protected]