Os mortos nos conflitos do Iraque já passam de cem, desde o último fim de semana. Este número indica que a resistência iraquiana não esmoreceu com as fraudulentas eleições que, no início deste ano, impuseram uma democracia de fachada no país. Ao contrário, significa uma reação à formação do governo fantoche, cujo gabinete foi aprovado pela Assembléia Nacional no dia 28 de abril, e às operações de segurança para derrotar os rebeldes.

Na sexta 29, foram 11 ataques, seguidos de mais quatro mortos numa explosão de três carros-bomba no sábado. No domingo, 1º de maio, 40 pessoas morreram. O maior ataque aconteceu durante o funeral de um militante curdo, em Tal Afar, em que 25 pessoas foram vítimas de um carro-bomba. O incidente aconteceu um dia depois da descoberta de mais uma cova coletiva no sul do país. A hipótese apresentada pelos investigadores é que os 1.500 mortos encontrados seriam vítimas do genocídio de Saddam Hussein contra os curdos, em fins da década de 80.

Berlusconi inocenta soldados americanos
Enquanto isso, voltaram à mídia dois episódios envolvendo a participação dos países responsáveis pela ocupação do Iraque. A soldado norte-americana Lynndie England, que se tornou conhecida quando foram divulgadas as torturas contra iraquianos em Abu Ghraib, confessou a culpa pelos abusos e deve ser condenada a até 11 anos de prisão.

O governo de Berlusconi, aliado fiel de Bush, divulgou nesta segunda-feira, 02 de maio, relatório que isenta os soldados americanos de responsabilidade pelo assassinato do agente secreto Nicola Calipari, morto quando acompanhava a jornalista Giuliana Sgrena, recém-libertada de um sequestro. Os EUA já haviam declarado que os militares apenas seguiram as regras e que não houve qualquer motivação política. Berlusconi, para não criar problemas com Bush, disse que tudo não passou de um acidente, fruto da “inexperiência” e do “estresse” dos soldados americanos.