Trabalhadores estão em greve há mais de 50 diasA Alerj confirmou: a votação do PL 1.666/08, que prevê reajuste de 7,3% retroativos a maio (data-base) aos servidores do Tribunal de Justiça do Rio, será no dia 19 de novembro.

Para apreciação da matéria, cinco das 10 emendas apresentadas ao projeto foram descartadas. É bom lembrar que o Legislativo, por iniciativa dos deputados da oposição e aliados da luta da categoria, somente está votando vetos, não apreciando qualquer mensagem, inclusive as de interesse do Executivo.

A notícia da nova pautação do reajuste chegou na mesma data em que a greve da categoria, já no seu 51º dia, deu mais uma demonstração de sua força e coesão. Os serventuários do Conselho Recursal do Fórum Central aderiram à paralisação, que também aumentou nas Comarcas de Niterói, Angra dos Reis, Paraíba do Sul, Teresópolis e Vassouras.

“A disposição da categoria, que busca resgatar a sua dignidade, é uma clara demonstração de que não abriremos mão dos nossos direitos. A greve cresce, contagiando corações e mentes. Desta forma, vamos denunciando à sociedade a tentativa de destruição do serviço público que Cabral tanto almeja”, diz Amarildo Silva, presidente do Sind-Justiça, sindicato da categoria e filiado à Conlutas.

Leia, abaixo, a carta da Conlutas em apoio à greve dos servidores, aprovada na última reunião nacional, nos dias 11 a 13 de novembro

Todo apoio à greve dos serventuários da Justiça estadual do Rio de Janeiro
A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) vem por meio desta moção manifestar seu total apoio à greve dos trabalhadores serventuários da Justiça do estado do Rio de Janeiro, uma vez que a política neoliberal do governo Sérgio Cabral pretende arrochar os salários destes trabalhadores, privatizando o direito à justiça – uma conquista dos trabalhadores e do povo.

Nosso apoio parte do entendimento que os governos federal e estadual, assim como às prefeituras, tem uma preocupação e compromisso com a garantia do lucro das multinacionais, dos banqueiros e grandes empresários. Por isso, esses governos privatizam, precarizam e tercerizam os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores.

Junto a isso e a essa lógica se junta a direção da OAB-RJ, que por motivos estranhos aos interesses do povo do Rio de Janeiro coloca-se ao lado do governo Sérgio Cabral, para atacar a justa greve e mobilização dos serventuários. Esta greve defende não só a reposição do poder de compra dos salários, mas também o direito da população a uma Justiça pública gratuita e de qualidade.

Por isso, nós da Conlutas não só reafirmamos nossa solidariedade a essa luta dos serventuários do Rio de Janeiro, mas também nosso repúdio a direção da OAB-RJ, pela sua atitude oportunista e contrária aos interesses dos trabalhadores e do povo fluminense, e a política neoliberal do governo Sérgio Cabral, representante direto dos interesses das multinacionais, dos banqueiros e dos grandes empresários.

Brasília, 13 de novembro de 2008.
Coordenação Nacional de Lutas – Conlutas