Apesar dos ataques, o governo Lula tem a seu lado a maioria do movimento negro – cooptado através de cargos e benefícios ou paralisado, à espera do cumprimento das vagas promessas.

O fato é que muitas dessas entidades há muito tomaram o mesmo rumo da CUT e da UNE e deixaram de servir como instrumentos para a luta anti-racista. Por isso, assim como vem acontecendo nos movimentos sindical e estudantil, é preciso apresentar uma nova alternativa.

Com essa finalidade foi fundada em maio a Coordenação Nacional de Lutas, a Conlutas. Através do Grupo de Trabalho de Negros e Negras, a nova entidade propõe organizar negros e negras para um combate classista e socialista contra o racismo.
O PSTU e particularmente sua Secretaria de Negros e Negras têm dedicado todos seus esforços na construção da Conlutas e na condução, no interior de seus sindicatos e entidades, do debate sobre a questão racial. Para nós, a luta de negros e negras está intimamente ligada à luta dos trabalhadores, daqueles que vivem à margem da sociedade e de todos os oprimidos, como mulheres e homossexuais.

A luta anti-racista é obrigatoriamente contra o sistema. O colonial, na época de Zumbi. O capitalista, em nosso tempo. Algo que o genial poeta negro Solano Trindade soube traduzir numa poesia que, a depender de nós, jamais será esquecida.

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