O governo Cabral tem que cair. O quanto antes melhor

Não faz tanto tempo assim: carros circulavam com fitas vermelhas; casas e apartamentos com panos vermelhos nas janelas. Era a população do Rio manifestando seu apoio à luta os bombeiros.
 
Difícil haver quem não lembre da cara teatral de Cabral nas TV’s vociferando contra os bombeiros que tiveram a coragem e a ousadia de enfrentar seu governo: “Vândalos!”, xingou o ditador do Rio.
 
Os médicos já haviam sido agraciados antes com o nada honroso título: “Vagabundos”. 
 
Profissionais da educação da rede estadual foram tratados a tiros e bombas.
 
Enquanto isso o ocupante da Versalhes carioca – o Palácio Guanabara – passeou por Paris com a “Gang dos Guardanapos”. Dedicou boa parte das obras públicas para seus amigos da Delta. Privilegiou seu parceiro Eike em licitações suspeitas. “Reformou” desnecessariamente o Maracanã e o entregou a Eike e a seus parceiros empresários.
 
Sua polícia mantém toque de recolher nas comunidades ocupadas com UPP’s. A ocupação e as incursões militares da polícia de Cabral nas comunidades deixam um rastro de sangue e dor. Na Maré dez mortos em uma única noite. No Rio, no Brasil, e no mundo várias vozes perguntam: Cabral, cadê o Amarildo?
 
A brutalidade da PM de Cabral na defesa do chefe; no enfrentamento com as mobilizações das jornadas de luta que se estendem pela capital e pelo estado. Prisões fraudulentas. Infiltrações nas manifestações. Tudo isso é, também, expressão da crise e desespero de um governo que vê o seu fim se aproximando em cada mobilização. 

Cabral tem aliados

A crise no governo Cabral leva a que seus aliados trabalhem a possibilidade de abandonar o barco. Aliado de Cabral, o PDT, através de Miro Teixeira, já declarou “arrependimento” em tê-lo apoiado nas duas eleições. Aliado de Cabral, o PT de Benedita da Silva, Lindberg Farias, Alessandro Molon, Lula e da presidente Dilma, discutiram publicamente abandonar o governo, mas preferiram adiar a decisão e seguem juntos com o ditador Cabral. Também seguem com o governador o PSB de Alexandre Cardoso.
 
Aliado de Cabral, o PCdoB faz questão de publicar em seu site o “dramático” apelo do ditador do Rio: “’Eu não sou um ditador, eu estou aberto ao diálogo.”
A declaração do Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Moreira Franco, mostra que a preocupação em permanecer ou não na canoa do Cabral também está na cúpula do próprio partido do governador, o PMDB: “Não é da cultura do PMDB abandonar companheiros em dificuldade. Nada garante a irreversibilidade desse quadro. Temos de esperar, falta mais de um ano para a eleição. Não vamos julgar, condenar ou abandonar ninguém antes de entender a realidade e fazer uma revisão da trajetória”.
 
O ator canastrão novamente no palco
Desesperado, vendo sua popularidade desaparecer, percebendo que parcelas de seus aliados discutem, aberta ou veladamente, abandonar seu governo, o ditador do Rio finalmente apareceu e começou a dar entrevistas.
 
Tentando fazer cara de humilde, compungido, disse que o diálogo sempre foi sua marca registrada. Estranho diálogo esse que o ditador do Rio tentou estabelecer: porretes, bombas, tiros, choques elétricos, e armas químicas (pimenta, lacrimogêneo).
 
Algumas conquistas parciais       
As mobilizações, passeatas, concentrações, atos, greves arrancaram conquistas. São parciais, mas são importante vitórias do movimento.
 
Conquistamos a redução da tarifa, reafirmando sempre que não é só por R$ 0,20. Desmascaramos as farsas dos processos contra os ativistas. Impusemos a crise no governo Cabral.
 
De junho pra cá o chefe imediato da repressão, Coronel Erir, caiu. Acena com a não demolição do Parque Aquático Júlio de Lamare. Diz que não vai demolir o Estádio de Atletismo Célio de Barros. Pelo twitter anunciou que a Escola Friedenreich não será demolida, logo ele, campeão de fechar escolas. E já admitiu que foi errado privatizar o Maracanã, embora não afirme que vai reestatizá-lo.

A vitoriosa luta pela manutenção do prédio da Aldeia Maracanã dá mais um passo. Hoje o prédio está ocupado, os manifestantes exigem que o espaço seja um centro cultural indígena
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Agora em 2013, pego com a boca na botija, ou melhor, com o paletó na hélice, Cabral baixou decreto regulamentando o uso de helicópteros pelo governo estadual. Mas é bom lembrar que em 2011 ele já tinha baixado um decreto criando um código de conduta, motivado, também, por uso de aeronaves, naquela época jatinhos e helicópteros de seus parceiros empresários. 

O economista alçado a secretário de educação, Wilson Risolia, enviou proposta de reduzir em 20% as aulas presenciais na rede estadual. Mas o próprio Conselho Estadual da Educação – em meio à crise desse governo – não assinou embaixo da proposta.
 
 
Só os anéis não bastam
 São vitórias importantes no cabo de guerra com esse governo e seus aliados. Porém, é preciso mais. É possível e necessário dar um fim a esse governo.
 
O próprio Cabral articula sua saída tentando passar a imagem que é por vontade própria. Que seria para alavancar seu vice-governador, Pezão, e abrir caminho para a candidatura de seu filho, Marco Antônio a deputado. Mas tal cortina de fumaça é para tentar esconder a derrota política de seu governo.
 
Não dá para esperar 2014. Cabral e seu vice Pezão não podem permanecer à frente do governo. O governo Cabral tem que cair. O quanto antes melhor. Ambos devem sair, e esta não é uma tarefa pequena. Fortalecer e criar Fóruns de Lutas, a exemplo do que funciona na capital; construir núcleos desse Fórum ajuda, e muito, nessa batalha. Fortalecer as entidades do movimento independentes dos governos, como a ANEL e a CSP-Conlutas, é parte da mesma tarefa.
 
Este caminho permite, inclusive, discutirmos que saída podemos dar para termos um governo dos trabalhadores e do povo.
 
É preciso multiplicar as mobilizações pelo estado, construir passeatas, atos, bloqueios de estradas, greves. Já temos o próximo dia 8 como data pelo Fora Cabral. O dia 30 de agosto, no estado do Rio, pode e deve ser transformado em um forte dia de greves e manifestações pelo Fora Cabral. A juventude, os estudantes, juntando-se aos trabalhadores, unificados, podem dar uma dinâmica que acabe de uma vez com esse governo.
Nas escolas, nos bairros, nas fábricas. Nos locais de estudo, trabalho e moradia é preciso discutir e organizar as ações com um objetivo: #FORA CABRAL!
 
Por isso, propomos:
  • Fora  Cabral e Pezão!
  • Todos a passeata do dia 08/08 pelo Fora Cabral!
  • Greve dia 30/08  para derrubar Cabral!
  • Desmilitarização da polícia com o fim da PM!
  • Cadê o Amarildo? Quem matou o Amarildo?
  • Pelo fim das UPP’s!
  • Reajuste imediato dos salários dos servidores públicos!
  • Reestatização do maracanã. Fora Eike Batista!
  • Cadeia e confisco dos bens para os corruptos e corruptores!
  • Não à criminalização dos movimentos sociais!
  • Pela readmissão dos envolvidos na greve dos bombeiros e policiais. Pela volta  imediata do cabo Daciollo!