O combate à fome somente trará resultados verdadeiros para a classe trabalhadora brasileira caso inserido num movimento mais amplo de ruptura anti-capitalista com a lógica da gestão neoliberal. E não por intermédio de um instrumento claramente identificado com a desmobilização das massas em relação ao aumento do salário mínimo ou com a tentativa de incorporação do MST a essa mesma lógica de administração da crise do Estado e do capital.
É somente por meio de um processo que rompa com o FMI e a Alca, não pague a dívida externa e interna aos grandes banqueiros e especuladores, universalize o emprego com proteção social, diminua a jornada de trabalho sem redução salarial, invista num plano abrangente de obras públicas e realize uma reforma agrária radical que o problema da fome – isto é, o problema estrutural da miséria do povo – poderá ser atacado de maneira conseqüente.
Afinal, quem tem fome quer emprego, salário e terra. E não um programa que simplesmente conserve as diretrizes da agiotagem internacional e reproduza a lógica do clientelismo eleitoral.
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