Os três dirigentes venezuelanos, assassinados na noite de 27 de novembro, tinham trajetórias de lutas e de defesa da classe trabalhadora e do povo pobre. Todos morreram sem chegar a completar 40 anos e deixaram famílias, amigos e companheiros de luta.

Richard Gallardo era operários da indústria têxtil em Maracay. Foi aí que se tornou dirigente sindical, quando trabalhava na empresa Flexilon, militando contra a burocracia sindical e seus bandos armadas. Richard havia recentemente ingressado na USI. Antes disso, fazia parte do Partido Revolución y Socialismo (PRS).

Ele lutou contra o golpe fascista de 2002, combatendo com todas as suas forças a paralisação-sabotagem da patronal. Segundo a UNT, “não existiu conflito sindical algum no estado de Aragua que não tenha contado com a presença solidária e revolucionária de Richard”

Em maio de 2007, esteve na organização da greve geral em Aragua para exigir dos patrões e do governo o respeito aos direitos trabalhistas e para apoiar os operários da empresa Sanitários Maracay que estavam ocupando a fábrica e controlando sua produção. Em 2008, se apresentou como candidato a deputado de Aragua contra os candidatos da burguesia golpista e contra os candidatos chavistas do PSUV.

Luis Hernández foi candidato a prefeito do município de Zamora nas mesmas eleições. Tanto a sua candidatura quanto a de Richard receberam o apoio da Unidade Socialista dos Trabalhadores, seção venezuelana da LIT-QI.

Nascido em Villa de Cura, trabalhou na multinacional Pepsi-Cola. Junto com Richard, construiu a UNT de Aragua. “Todos o recordamos pela paixão solidária com as lutas dos trabalhadores”, diz a UNT. Em 2003, dirigiu a ocupação da Pepsi-Cola junto com Víctor Armas contra as demissões anunciadas pela empresa. Foi, também, um líder comunitário.

Um dos fundadores da Unidad Socialista de Izquierda (USI), vinha recebendo diversas ameaças. Em menos de dois anos, Luís viu vários de seus camaradas serem mortos por matadores e patrões.

Carlos Requena era o mais jovem dos três. Era operário da fábrica de vidros Produvisa. Carlos ficou conhecido por defender a saúde dos trabalhadores. Não desperdiçou nenhuma oportunidade de denunciar as más condições de trabalho impostas pelos patrões para superexplorar os empregados. Em nota, a UNT diz que “apesar de sua juventude, Carlos tinha um compromisso com a organização política dos trabalhadores”.

A morte destes três militantes aconteceu exatamente após um dia de intensas lutas na indústria multinacional de laticínio Alpina. Os assassinos sabiam que estavam calando três vozes de oposição e que se enfrentavam com a burguesia e com o governo. O difícil vai ser calar todos os trabalhadores venezuelanos ou não que se levantam em campanha contra este crime brutal.

*Com informações de Unidad Socialista de Izquierda