Presidência do Banco Central
Henrique Meirelles (PSDB)

Entrou no BankBoston em 1974, chegou à presidência da filial brasileira em 1984 e, em 1996, assumiu a presidência mundial do conglomerado financeiro, onde ganhava um salário anual avaliado em US$ 1,5 milhão. Foi o primeiro estrangeiro a chegar a um cargo tão elevado no sistema bancário norte-americano. Elegeu-se deputado federal pelo PSDB de Goiás.

Ministério da Fazenda
Antonio Palloci (PT)

O médico sanitarista Antonio Palocci, ex-trotskista e por duas vezes prefeito de Ribeirão Preto (SP), foi o primeiro dos administradores petistas a adotar a cartilha do neoliberalismo. Em seu primeiro mandato como prefeito (1993-1996), vendeu 49% do capital das Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto (Ceterp) e passou à iniciativa privada o serviço de tratamento de esgoto na cidade.

Ministério do Desenvolvimento
Luiz Fernando Furlan (sem partido)

Preside a Sadia e é vice-presidente da Fiesp. Representou o Brasil no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça (aquele em contraposição ao qual foi criado o Fórum Social Mundial). Faz parte de vários conselhos de corporações internacionais, como Panamco, Telefónica, Brasmotor e ABN-Amro Bank. Também é vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil e presidente do Fórum de Líderes Empresariais.

Ministério da Agricultura
Roberto Rodrigues (sem partido)

O empresário dirigiu a Sociedade Rural Brasileira, a Organização das Cooperativas do Brasil e a Associação Brasileira de Agribusiness. É vice-presidente do Conselho de Empresários da América Latina (CEAL) e membro do Comitê Empresarial de Comércio Exterior do Itamaraty. Foi Secretário de Agricultura e do Abastecimento de São Paulo durante o governo de Luiz Antonio Fleury Filho (na época do PMDB).

Ministério do Trabalho
Jaques Wagner (PT)

Vivendo na Bahia desde 70, como funcionário da uma indústria petroquímica, dirigiu o sindicato da categoria, foi o primeiro presidente do PT baiano e um dos fundadores da CUT. Em 1990, venceu a eleição para a Câmara dos Deputados e, desde então, completou três mandatos. Concorreu nas eleições de 2002 ao governo do Estado.

Ministério do Planejamento
Guido Mantega (PT)

Um dos formuladores dos programas econômicos do PT, é considerado como um dos principais porta-vozes do “amadurecimento” do discurso petista na economia – leia-se concessões ao neoliberalismo. É professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo.

Área Social

Ministério da Previdência
Ricardo Berzoini (PT)

Funcionário licenciado do Banco do Brasil e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Tem a incumbência de tentar convencer ex-companheiros de sindicalismo a aceitar propostas como a de unificar o sistema de aposentadoria, pela qual os servidores abdicariam do direito de receber aposentadorias integrais.

Ministério da Promoção e Assistência Social
Benedita da Silva (PT)

Negra, mulher e favelada, Benedita foi eleita vereadora pela primeira vez em 1982. Em seguida foi deputada federal (1986 e 1990). Em 1994, foi a primeira mulher negra a ocupar o Senado. Eleita vice-governadora do Rio de Janeiro, em aliança com o PDT, assumiu em 2002 o governo do Estado, quando Garotinho renunciou para disputar a Presidência da República.

Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome
José Graziano (PT)

Engenheiro agrônomo e professor universitário, José Graziano foi o idealizador e o organizador do Projeto Fome Zero, uma das prioridades do futuro governo. É professor titular na área de economia agrícola do Instituto de Economia da Unicamp e coordena o Programa de Mestrado em Desenvolvimento Econômico, Espaço e Meio Ambiente, na mesma escola.

Ministério do Desenvolvimento Agrário
Miguel Rossetto (PT)

Membro da Democracia Socialista, ex-deputado e ex-sindicalista do setor petroquímico, é próximo da direção do MST. Como deputado federal, entre 1995 e 1998, presidiu a Comissão de Emprego da Câmara, integrou a Comissão Especial do Petróleo e a Comissão Parlamentar do Mercosul.

Ministério da Educação
Cristovam Buarque (PT)

O ex-governador do Distrito Federal manteve relacionamento muito amigável com FHC durante sua gestão e, nas eleições de 1998, chegou a defender a permanência de Pedro Malan no Ministério da Fazenda no caso de uma vitória de Lula.

Ministério dos Esportes
Agnelo Queiroz (PC do B)

Deputado federal pelo DF, nos últimos oito anos foi membro da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara. É sua a lei que destina 2% das receitas das loterias para esportes olímpicos e paraolímpicos. É também autor do projeto da bolsa-atleta, ainda em tramitação.

Ministério da Cultura
Gilberto Gil (PV)

O compositor e cantor Gilberto Gil tentou ser o candidato do PMDB para prefeito de Salvador, nos anos 80; foi vereador, ausente da maioria das sessões. Já declarou seu voto em Brizola (1989), em Fernando Henrique Cardoso (1994) e em Lula (2002).

Ministério da Saúde
Humberto Costa (PT)

Médico psiquiatra, ex-vereador em Recife e ex-deputado federal, era secretário de Saúde da capital pernambucana quando foi chamado para o ministério. Disputou o governo de Pernambuco em 2002. Na Câmara, teve participação destacada nos projetos de atendimento ao soropositivo pelo SUS, regulamentação dos planos de saúde, auditoria na Previdência e proteção à testemunha.

Área de Governo e Articulação Política

Casa Civil
José Dirceu (PT)

Para dar assistência direta à Presidência foi escolhido o ex-presidente nacional do PT. Ex-dirigente do movimento estudantil nos anos 60, Dirceu foi preso pela ditadura e exilou-se em Cuba. Voltou ao Brasil na clandestinidade e retomou abertamente sua atuação política após a Anistia, em 1979. Foi eleito deputado estadual em 1987 e federal em 1990 e 1998. À frente do PT e de sua corrente majoritária, a Articulação, destacou-se no combate aos grupos de esquerda do partido.

Ministério das Comunicações
Miro Teixeira (PDT)

Deputado federal e um dos líderes do PDT, Miro Teixeira teve seu primeiro mandato em 1971, pelo antigo MDB. Integrou o PMDB, chegando ao PDT em 1989, partido pelo qual perdeu a disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro em 1996.

Ministério das Cidades
Olívio Dutra (PT)

Membro do “novo sindicalismo” no final da década de 70 e um dos históricos do PT. Disputou a primeira eleição ao governo do Rio Grande do Sul em 1982. Elegeu-se deputado federal em 1986. Dois anos depois, conquistou a prefeitura de Porto Alegre, dando início a um ciclo de prefeitos petistas. Em 1998, ganhou o governo do RS.

Ministério das Relações Exteriores
Celso Amorim (sem partido)

Atuou como representante do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), de 1991 a 1993 e de 1999 a 2001. Sucessor de Fernando Henrique como chanceler do governo Itamar Franco, entre 1993 e 1994, participou da Cúpula das Américas, em 1994, encontro no qual os 34 países – exceto Cuba – assinaram o compromisso de iniciar as negociações da Alca. Representando o Brasil, assinou o acordo final da Rodada Uruguai (1986-94), que criou a OMC. Assumiu em 2002 a Embaixada do Brasil no Reino Unido, em Londres.

Ministério da Justiça
Márcio Thomaz Bastos

Um dos mais renomados criminalistas do País, já ocupou a presidência da OAB-SP e do Conselho Federal. Trabalhou na acusação dos assassinos de Chico Mendes. Entre seus clientes figuram tanto o senador Antonio Carlos Magalhães e o bispo Edir Macedo quanto José Rainha, líder do MST. Defende, gratuitamente, adolescentes infratores da Febem de São Paulo.

Ministério da Defesa
José Viegas (sem partido)

Embaixador do Brasil em Moscou desde meados de 2001, é um diplomata especializado em questões militares e de segurança. Responsável, junto com o embaixador Ítalo Zappa, pela retomada das relações diplomáticas com Cuba em 1986. Foi o representante brasileiro na Dinamarca (1995-1998) e no Peru (1998-2001).

Ministério do Meio Ambiente
Marina Silva (PT)

Foi a senadora mais jovem, ao ser eleita em 1994 com 36 anos. Seringueira, ajudou a fundar a CUT no Acre. Em 1988, foi a vereadora mais votada em Rio Branco. Em 1990, repetiu a dose para deputada estadual. Tem reconhecimento mundial, com os prêmios Goldman de Meio Ambiente (1996), do Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente (1997) e Mulher do Ano, pela revista americana MS (1997).

Área de Infra-estrutura

Ministério da Ciência e Tecnologia
Roberto Amaral (PSB)

Vice-presidente do PSB, considerado o “ideólogo” do partido e o homem de Garotinho e Arraes no governo. Criou o programa de governo de Garotinho.

Ministério das Minas e Energia
Dilma Linhares Rousseff (PT)

Foi secretária da Fazenda de Porto Alegre de 1986 a 1988, na gestão de Alceu Collares. Em 1999, representou PDT no governo de Olívio Dutra. Ingressou no PT no início de 2002.

Ministério dos Transportes
Anderson Adauto (PL)

Advogado com quatro mandatos consecutivos na Assembléia Legislativa de Minas. Deixou o PMDB no início de 2002, após Itamar demitir o então secretário de Saúde, Armando Costa, denunciado por corrupção.

Ministério da Integração Nacional
Ciro Gomes (PPS)

Ex-membro da Arena durante a ditadura militar e eleito deputado estadual pelo PDS, tornou-se prefeito de Fortaleza em 1986 e, dois anos depois, governador do Ceará, já pelo PSDB. Substituiu Rubens Ricupero no Ministério da Fazenda, onde permaneceu de setembro de 1994 a janeiro de 1995. Em 1997 deixou o PSDB e filiou-se ao PPS, partido pelo qual disputou a Presidência, em 1998 e 2002.

Ministério do Turismo
Walfrido Mares Guia (PTB)

Empresário do setor de educação, foi filiado ao PMDB e ao PRS e concluiu em 2002 seu primeiro mandato. Entre 1995 e 1998, foi vice-governador de Minas, eleito com o tucano Eduardo Azeredo. Em 1998, o TRE-MG decidiu torná-lo inelegível por três anos, sob acusação de abuso de poder econômico na campanha. Ele recorreu e conseguiu reverter a decisão.
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