Na sessão desse domingo, 17, na Câmara, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) provocou indignação ao oferecer seu o voto à memória do torturador Ustra

Jair Bolsonaro foi aluno da Escola de Cadetes do Exército e também da Academia Militar das Agulhas Negras. Entrou para a vida pública elegendo-se vereador na cidade do Rio de Janeiro em 1988 pelo PDC. Passou pelo PPB, PTB, PFL, PP e agora está no PSC.

Foi eleito em 2014 deputado federal pelo PP (mesmo partido de Maluf) que tem recordistas de parlamentares envolvidos na Lava Jato. O PP fez parte ainda da coligação da presidenta Dilma Roussef (PT) na última eleição.

Do ano de 2006 a 2014, o patrimônio pessoal de Jair Bolsonaro aumentou quatro vezes. Foi de R$ 433 mil para mais de R$ 2 milhões. Bolsonaro teve metade de sua campanha de aproximadamente R$ 400 mil financiada pela JBS e a outra metade pelo próprio PP. O Partido Progressista arrecadou, na campanha de 2014, cerca de R$ 131 milhões aproximadamente. Desse montante, R$ 14 milhões foram de doações de empresas envolvidas na Lava Jato. Evolução patrimonial estranha e relações mais do que suspeitas com grandes empresários para um paladino da honestidade.

Bolsonaro, espertalhão, como o PP está muito desgastado politicamente, mudou de partido durante o seu mandato. Agora está no PSC (o partido de Marco Feliciano). Esse partido arrecadou nas ultimas eleições aproximadamente R$ 16 milhões. Desse montante, R$ 1 milhão foi doado por empresas envolvidas na Lava Jato. O PSC deve lançar Bolsonaro candidato à Presidência da Republica.

O PSC fez parte do primeiro governo de Dilma Rousseff e, pelos obscuros acordos, o PT abriu mão da Comissão de Direitos Humanos deixando a indicação da presidência e vice para o PSC, que indicou o pastor Marco Feliciano. Isso causou uma rebelião na base petista e nos movimentos sociais que lutam pelos direitos civis. Na segunda candidatura de Dilma, o PSC não se aliou ao PT e lançou o pastor Everaldo e, no segundo turno, apoiou Aécio Neves (PSDB).

Por conta da crise política, tanto PT como PSDB estão muito desgastados e muita gente busca alternativas. Muitos desavisados que não conhecem a história de Bolsonaro acabam tendo simpatia pelo mesmo, por ele fazer oposição a Dilma e ao PT. Espero que esse artigo ajude a desmascará-lo e ajudar a todos entenderem que não basta fazer oposição ao PT para ser uma alternativa política, é preciso saber a história e se as propostas atendem os interesses dos trabalhadores. A verdade é que Bolsonaro não tem nada a ver com os interesses do povo trabalhador desse país.

Esse deputado é machista, homofóbico, representante do militarismo autoritário e inimigo declarado dos trabalhadores. Defende o golpe militar de 1964 e é dono de frases conhecidas: “A ditadura errou em torturar e não matar“, ou “ mulher tem que receber menos que homem porque engravida”, entre outras pérolas. Mereceu ser cuspido por Jean Wyllys, e merece ser cuspido por todos nós.

O PT fez alianças com deus e o diabo e foi o recordista de arrecadação na última eleição com R$ 385 milhões. Desse montante, aproximadamente R$ 131 milhões tiveram origem nas empresas envolvidas na Lava Jato. O PT fez aliança com o partido em que Bolsonaro foi eleito, contou com o voto de Maluf contra o impedimento que, na última hora, traiu os petistas.

É por esses motivos que não é possível defender Dilma e o PT nas ruas. Eles escolheram o caminho da conciliação de classes, se misturaram aos porcos, atacaram direitos dos trabalhadores para atender os interesses de quem financiou suas campanhas. Fez aliança com partidos que abrigam gente como Jair Bolsonaro. O PP para quem não sabe é a antiga Arena, partido da ditadura militar. Dilma conciliou com o partido dos torturadores, e agora está pagando a fatura pelos erros e equívocos.

A cena provocadora e deplorável de Jair Bolsonaro dedicando o seu voto ao torturador de Dilma tem de alguma forma responsabilidade do próprio PT, que nesses anos todos tratou o PP de Bolsonaro como aliado prioritário, uma vergonha! Se alguém ou algum partido tem culpa da possível desmoralização da classe trabalhadora com a queda do governo Dilma, não é quem defende o “Fora Todos”, não é quem está exigindo as eleições gerais… É de quem optou em governar para os ricos e poderosos desse país.

É fundamental construir uma terceira alternativa contra o governismo que agoniza e contra a oposição de direita que está ouriçada! Uma alternativa de luta, de esquerda, socialista! O povo trabalhador e a juventude desse país não querem nem Dilma e nem Temer. E há nesse momento milhões de pessoas horrorizadas com o que viram na TV durante a votação do impedimento nesse ultimo domingo, 17 de abril, inesquecível!

Fora todos eles! Eleições Gerais Já!

Tortura nunca mais! Cassação e cadeia para Bolsonaro defensor de torturadores e assassinos da ditadura militar…

Fonte dos valores citados: TSE