O governo e a mídia fazem de tudo para jogar os demais trabalhadores contra os servidores públicos.

Lula faz demagogia barata ao chamar professores universitários de privilegiados, dizer que trabalham muito pouco e usar os cortadores de cana. Ainda mais quando sua reforma engordará os lucros dos banqueiros e não aliviará nem um pouquinho a vida do cortador de cana e de outros milhões sem direitos.

Nessa história, os únicos que defendem os cortadores de cana e direitos para todos os trabalhadores são os grevistas e as entidades que compõem o comando de greve do funcionalismo. Eles defendem que o governo pare de usar dinheiro da Previdência para pagar banqueiro, cobre a dívida dos sonegadores, faça os ricos pagarem impostos e garanta direito à aposentadoria para todos: os 40 milhões de desempregados e sem-carteira. Defendem também a revogação da emenda 20 de FHC e o fim do fator previdenciário: para que os trabalhadores do setor privado tenham de volta os direitos tirados por FHC. Defendem aumento real para as aposentadorias e direito à aposentadoria integral para todos. Eles querem uma Previdência estatal, pública, solidária e por repartição. Por isso, rejeitam a “reforma” do governo e do FMI, que privatiza.

Eles também não têm acordo com a visão de Previdência que a cúpula do Judiciário defende. Ela defende apenas a cúpula das “carreiras típicas de estado” em detrimento do conjunto dos trabalhadores e servidores. Sem dúvida, é muito bem-vinda a greve dos juízes, que reforça a luta contra essa PEC do FMI. Mas as reivindicações de sub-teto de 90,5% para os estados e Fundo de Pensão com benefício definido são limitadas, não barram a privatização e não defendem todos os trabalhadores.Os servidores defendem direitos para todos. E esta deve continuar sendo a bandeira do conjunto do movimento.

Já os que, como a direção majoritária da CUT, se contentam com emendas a essa “reforma”, aceitando a privatização, fazem o jogo do FMI e fomentam a divisão entre os de baixo.

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