Minisséries levam personagens para a URSS e para a corte da rainha ElisabethEm 1977, a Marvel criou a série What if…?, publicada aqui anos depois como E se…? e O que aconteceria se…?. Eram histórias curtas, com desfechos alternativos. Narrada pelo Vigia, personagem cujo papel é observar o Universo, a série trazia histórias como O que aconteceria se a Elektra não tivesse morrido?

O capítulo seguinte foi repleto de histórias com mundos alternativos, realidades paralelas e viagens no tempo, que satisfaziam a um público entediado com a rotina de heróis derrotando arqui-inimigos. Em duas minisséries recém-lançadas – Entre a Foice e o Martelo e 1602 –, heróis tiram férias do roteirista e surgem em outro momento da história.

A primeira é com o Superman. No melhor estilo O que aconteceria se…?, o mais careta dos heróis torna-se um herói soviético, na Guerra Fria. Em vez de sua nave despencar em uma fazenda nos EUA, desta vez ela cai na Ucrânia. Stalin o usa como estandarte do regime e o enche de mimos. Superman sucede Stalin e torna-se um superburocrata. Com computadores e superpoderes, controla os habitantes da União Soviética, que engloba quase todos os países do mundo. Contra ele, estão EUA e Chile (?) e uma rebelião liderada por Batman. Fora referências históricas discutíveis, o inusitado de um Superman stalinista já justifica a leitura.

Sanguebrujos

A série 1602, em quatro partes, transporta heróis do universo Marvel quatrocentos anos atrás, para a corte da rainha Elisabeth I, na Inglaterra.

Para os leitores de quadrinhos, uma atração a mais é reconhecer os personagens no contexto histórico, da morte da rainha, que conciliava os interesses da burguesia nascente com os da nobreza, e de sua sucessão pelo rei da Escócia. Nick Fury, chefe da Shield, espécie de CIA nos quadrinhos, surge como chefe do Serviço de Inteligência. O Demolidor é um de seus agentes e o Homem-Aranha, como Peter Parquagh, é seu assistente. Dr. Estranho, Quarteto Fantástico, Thor, Dr. Destino, Vigia e Elektra estão na história, mas o melhor fica com os mutantes X-Men, sanguebrujos perseguidos pela Inquisição.

1602 marca a volta de Neil Gaiman às HQs. Em 1989, ele criou Sandman, saga protagonizada por Morpheus, senhor dos sonhos e um perpétuo, seres que personificam aspectos como desejo, morte e delírio.
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