Trabalhadores e estudantes protagonizam grande luta para defender os empregos e a qualidade de ensino dos ataques da reitoria, dos bancos e da igreja católicaHá pelo menos 13 anos a PUC-SP tem sofrido as conseqüências da opção de suas duas últimas reitorias em entregar esta universidade nas mãos dos bancos. Hoje, com uma dívida colossal, todo o dinheiro das altíssimas mensalidades vai diretamente para os bancos Bradesco e Real e não mais para pagar os professores e funcionários. Se antes esses já vinham sofrendo atrasos e parcelamentos em seus pagamentos, desde 2005 que eles enfrentam um corte violento por meio de um processo de demissões em massa. Um terço do capital humano produtivo da PUC-SP foi demitido por critérios pra lá de duvidosos, e outros sequer puderam contar com uma explicação pela sua demissão.

Se a PUC-SP, desde a década de 90, já vinha passando por um processo de mercantilização em detrimento de sua qualidade e de sua democracia interna, hoje, com o governo Lula/PT e seu papel de potencializador da política econômica de FHC, a mesma que o FMI determina para o Brasil, acirrou-se ainda mais o processo, por meio da aprovação parcial da reforma Universitária, que permite excedente de lucros aos donos do ensino privado, permitindo que estes tenham autonomia para demitir trabalhadores, precarizar a qualidade dos cursos, aumentar as mensalidades e cortar bolsas, excluindo assim os estudantes mais carentes.

O papel da UNE dentro desse quadro da PUC-SP tem sido ainda mais lamentável, defendendo a reforma Universitária de Lula e o do FMI e procurando resguardar ao máximo a imagem da reitoria, como se esta não tivesse nenhuma responsabilidade diante das demissões e da intervenção dos bancos.

A intervenção da igreja
Toda essa relação de subserviência aos bancos por parte das reitorias e, em especial da atual, levou a democracia interna da PUC-SP a ficar duramente ameaçada, por conta da recente intervenção da igreja, através da Fundação S. Paulo, a mantenedora da universidade. Muitas conquistas dos trabalhadores e estudantes da PUC-SP, desde a época da ditadura militar, como eleições diretas pra reitor, órgãos colegiados deliberativos – ainda que burocratizados nos últimos anos, mas que têm o papel de garantir que quaisquer resoluções passem pelos três setores da Universidade – estão deslegitimados, uma vez que a igreja católica interveio e realiza suas ações de forma a não considerar as deliberações destes órgãos.

A intervenção da igreja, no entanto, não pode ser compreendida como algo dissociado da conduta de uma reitoria que sempre defendeu as iniciativas privadas e a confiança nos bancos, apesar de a comunidade ter exigido desde sempre a abertura das contas para que professores, estudantes e funcionários, juntos, pudessem apontar uma saída para a crise.

Os três setores optaram pelo caminho das lutas
Trabalhadores e estudantes da PUC-SP vêm demonstrando uma grande disposição de luta perante toda essa crise. Fundaram o fórum permanente dos três setores, espaço deliberativo no qual a comunidade discute e implementa políticas para se defender dos ataques. Agora, com o início das aulas, será realizada uma assembléia conjunta, que deve definir a ação para reverter o quadro de atrocidades a que estão sujeitos os trabalhadores e estudantes puquianos.

Os Centros Acadêmicos vêm mantendo essas lutas, ao lado da Apropuc (Associação de professores da PUC) e Afapuc (funcionários).

A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) já enviou sua moção de apoio aos estudantes e trabalhadores da PUC-SP, assim como a Conlute, que esteve presente em grande parte dos eventos, dando apoio político e ajudando a ecoar nacionalmente a realidade da PUC-SP.

É fundamental o apoio de todas as entidades, para que possamos fortalecer as chances de vitória da comunidade PUC e apontar qual a universidade que os estudantes e trabalhadores precisam.

  • NENHUMA DEMISSÃO DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS!
  • PELA GARANTIA DA QUALIDADE DE ENSINO!
  • FORA A INTERVENÇÃO DA IGREJA E DOS BANCOS!
  • BOLSAS, QUALIDADE E DEMOCRACIA!
  • PELA ESTATIZAÇÃO DA PUC-SP!!

    Envie moções de apoio para o e-mail: [email protected]