O governo pretende liberar novamente o plantio das sementes geneticamente modificadas, conhecidas como transgênicas. Os transgênicos são organismos que passam por manipulação genética e têm adicionados genes de outros organismos. Cientistas do mundo inteiro alertam que o consumo de produtos geneticamente modificados pode ser extremamente perigoso à saúde, provocando danos ao meio ambiente.

Mesmo assim, no ano passado, Lula já tinha editado uma Medida Provisória liberando por um ano o cultivo e a comercialização da soja transgênica, produzida em larga escala pelos grandes fazendeiros do país. Agora, pretende repetir a dose para atender a mais uma das exigências dos latifundiários do agronegócio e das multinacionais, como a Monsanto, por exemplo, que é uma da poucas empresas que detêm o domínio da tecnologia dos transgênicos. O agricultor que faz a opção pelas sementes transgênicas fica refém de uma poderosa ordem econômica ditada pelas multinacionais. Por exemplo, o plantio de soja transgênica obriga a utilização de um tipo específico de inseticida que só é fabricado pela empresa que produz as sementes. Assim as multinacionais impõem o preço que quiserem aos produtos fabricados exclusivamente por elas.

Na prática, no Brasil, os transgênicos já estão liberados. Os ruralistas da Confederação Nacional da Agricultura dizem que cerca de 20% da colheita de soja do país este ano será transgênica. No Rio Grande do Sul, onde os fazendeiros estão dizendo que mesmo sem a liberação do governo “vão plantar na marra”, estima-se que 95% da safra de soja será transgênica.

Não é mais segredo para ninguém que o governo Lula atende a todos os interesses do agronegócio. Prova maior é a presença do representante da extrema-direita fundiária do país – Roberto Rodrigues – no seu ministério. A liberação dos transgênicos é mais um capítulo da opção por um modelo rural centrado no latifúndio, controlado por grandes multinacionais e baseado em monoculturas para exportação. Esse modelo, diferentemente do que o governo e a mídia dizem, não é um fator de progresso para o país, pelo contrário, fortalece o latifúndio e faz o Brasil retroceder à condição de colônia, como exportador de produtos primários. Por conta disso, até antigas heranças dos tempos de colônia começam a ressurgir, como é o caso do trabalho escravo, amplamente utilizado pelo agronegócio. É por essa opção que o governo Lula nunca irá fazer a reforma agrária, condenando milhões de trabalhadores ao desemprego. Por isso, Lula também ignora os alertas que cientistas fazem a respeito dos riscos dos transgênicos.

O cultivo dos transgênicos atende às empresas multinacionais e a um punhado de latifundiários. O PT se tornou o Partido dos Transgênicos, porque é o partido do latifúndio e do agronegócio.
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