A prefeita de Campinas, Izalene Tiene (PT), continua com a proposta de 0%. Colocou na TV, rádios e jornais, ameaças de corte de salários e também solicitou, pela terceira vez, que a PM contenha os piquetes no Paço Municipal. A paralisação, porém, continua forte e já completa um mês.

Na manhã de 10 de junho, o governo colocou um carro-de-som na frente do Paço Municipal e o chefe de gabinete da prefeita, Lauro Marcondes, incitou os trabalhadores a entrarem na marra. Muitos comissionados (cargos de confiança), assessores e secretários forçaram a entrada, o que resultou em mais agressões. Guardas municipais à paisana, armados, davam cobertura.

Em seguida, a CUT nacional reuniu-se com a prefeita e seu secretariado para tentar pôr fim à greve. Mas a única proposta foi um aumento de 20 reais no vale-alimentação, o que foi rejeitado por unanimidade na assembléia dos trabalhadores.

PC do B desautoriza militantes

O Diretório Municipal do PC do B desautorizou seus militantes a participar de ações que visem o desgaste da administração. O vereador Sérgio Benassi, único do partido, declarou: “Não concordamos com a movimentação política que a greve tomou. Ou seja, o de ter o objetivo de desgastar a administração, nosso objetivo é viabilizar o PT, tanto na esfera municipal como na Federal”.

Diante da intransigência e da repressão da prefeitura aos servidores, cujo sindicato é dirigido majoritariamente pelo PC do B, desautorizar a ida a atividades é querer que seus militantes e os trabalhadores concordem com arrocho e privatização do serviço público.

O PC do B está preocupado em evitar desgastes nas eleições de 2004. Deveria romper com o governo petista, abandonar seus cargos e exigir que Izalene rompa com a LRF e atenda às reivindicações.

Post author Sérgio Darwich,
de Campinas
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